Sanduíche de Pernil do OBA

Meu sanduíche preferido aqui em Curitiba é o Marchan, do tradicional Bar Mignon, no centro da cidade. Um belo sanduíche de pernil, acompanhado de salsicha  e cheiro-verde. Você pode incrementar com os “adicionais”, como ovo, queijo, etc. Este sanduíche foi um de meus companheiros nos tempos em que eu tocava na noite e o Mignon funcionava 24 horas. Comer um Marchan às 3 da madrugada com o estômago vazio era uma das melhores coisas dos meus  tempos de JAM Sessions pelos bares da Curitiba.

O tempo passou, o jazz passou a ser mais um hobby que uma profissão, o palco deu lugar ao calor do fogão, mas as coisas boas daquele tempo sempre permaneceram em minha memória. Sempre que posso dou uma passada no Mignon e me lambuzo com o Marchan, sem medo de ser feliz e com saudades no coração. Sempre que preparo pernil assado por aqui, a sobra vira minha versão do sanduíche que tanto gosto.

Apesar de ser quase idêntico ao do Bar Mignon, o meu Marchan tem algumas diferenças sutis. Eu uso o pernil desfiado ao invés do fatiado. O queijo que uso é o provolone e a salsicha é Ceratti (sem propaganda, mas uma delícia). O pão não poderia ser outro, senão o pão d’água, tão comum por aqui. Caso você não encontre, utilize o francês. Uso o molho do assado, aquele que vai pingando na assadeira e que depois eu deglaceio com vinho, com a forma ainda muito quente e que sempre guardo o que restou.

Este foi o sanduíche que matou minha fome depois de noitadas memoráveis com o saxofone. Uma época que andar à pé por Curitiba ainda era possível. A quantidade de lugares que abriam dia e noite era bem grande. A maioria frequentada por músicos e outros trabalhadores noturnos. Depois de cuidar dos outros, era a hora de cuidarmos de nós. Como dizem: “Fim de festa, músicos à pé.”