O OBA Gastronomia de hoje é especial. Uma bela colaboração da Dora Urban enfeita sua página. Conheci a Dorinha aqui em meu espaço, no Sarau do OBA, com sua voz doce encantando todos. A Dora tem muitas facetas, surpreende sempre. A mesma Dora da voz doce dos saraus é a Dora poderosa das canções revolucionárias do Partigianos. Tem a Dorinha dos cães e gatinhos, a Dora tímida e a Dora “pimpona”. E tem a Dora dos pães, do seu primeiro Pão de Levain, o pão de fermentação natural, que exige tempo e carinho de quem se propõe a prepará-lo. Carinho a Dorinha tem de sobra e a quarentena lhe deu tempo. Hoje quem fica todo “pimpão” é o OBA Gastronomia por poder compartilhar algo tão doce de minha amiga mais que especial.
Só de ler as receitas já tinha medo.
Uma amiga minha, super habilidosa, a Cintia Suzuki, decidiu fazer. Claro que com ela daria certo do começo ao fim. E eu ficava admirada, como fico com tudo que ela faz. É daquelas que faz até guioza, sabe? Da massa ao recheio.
Então, aí pensei, não é pro meu bico, deixa prá lá…
Mas sempre boba de ver cada pão, cada pizza, e até os panetones (que fora a parte do levain) fizemos juntas para o Natal.
Ela me ofereceu a semente e tudo, menina generosa que só, mas não tive coragem.
Pensava: Ah, se morrer vou ficar arrasada!!!
Passa o tempo, meu primo, outro ousado cozinheiro, me oferece… novamente agradeço, mas recuso, não dou conta….
Aí a quarentena chega em nossas vidas, e vou cozinhando, fazendo pães com fermento industrializado. Meu marido adora um pãozinho saído do forno, tava bem contente.
E eu vendo os pães da minha amiga e do meu primo, e pensava, nossa, deve estar bom, hein?!
Sou vizinha quase de porta deste primo, e um dia ele me deu um dos seus pães. Virgemnossasenhoraparecida!!!! Que coisa boa! O marido foi ao céu e voltou em total êxtase. Novamente o primo ofereceu a sementinha, e levada pelo tédio da quarentena, e a experiência do pão bom, aceitei. Me pelando de medo, mas aceitei.
Veio o potinho, fiz meu primo explicar mil vezes. Entrei em casa, segui os primeiros passos, fotografei (viva o whattsapp!!), esperava a aprovação dele, seguia adiante, e assim foi. Chegou o dia do “Despertar do Levain” para fazer o pão. Comecei cedinho, oito da matina, e fotografando, esperando o “joinha” dele até o dia seguinte, as dez da manhã quando foi para o forno.
Demora? Demora sim. Vale a pena? Cada minuto. O pão saiu lindo, cheiroso, fofinho por dentro, crocantinho por fora… um negócio de doido.
Muito orgulhosa do feito.
Agradeço ao primo Gunther Furtado por toda paciência e ensinamentos. Aos queridos Orlando e Karoline pelas trocas de informações e incentivos.
Foi uma das melhores experiências que tive na cozinha, não só pelo resultado, mas prá me dar coragem para alçar outros vôos.
Aqui a receita da Dora, passada exatamente como ela me escreveu.
60g de farinha, 60 ml de água
faz uma massinha, e mistura com 30 g do levain
Cobre com um pano úmido e deixar em lugar fresco e sombreado por, no mínimo 8 horas
Em outra tigela 300g de farinha com 175ml de água. Faz outra massinha, deixar descansar por meia hora
Passada a meia hora misturar nesta massinha 7g de sal, uma colher de sopa de açúcar e uma colher de sopa de azeite ou manteiga
depois junta o levain
aí sovar… por no mínimo 15 min
aí descansar por no mínimo 2 horas e meia, ou crescer bonito
aí abrir a massa, modelar, deixar crescer novamente (até ficar bonitão, como meu primo diz) e forno a 230 graus, até ficar bonitão, no mínimo, meia hora.
pronto!
Um beijo e muito obrigado, Dora! Contando os minutos para te ouvir aqui no OBA. Você e toda sua família maravilhosa!
Obrigada pelo carinho imenso, Orlando!!!
Obrigado a você, Dora! É tudo verdade!
Adorei essa Dora dos pães, tão mágica e amorosa qto as outras. Só imaginando o cheirinho de pão assando e a Dora cantarolando enquanto isso.