Simplicidade deliciosa.

Certos sabores ficam para sempre conosco.

Morei durante um pequeno período de minha vida em uma pequena cidade do interior do Paraná. Tive o privilégio de passar estes período com minha avó, a melhor cozinheira que conheci na vida. Comida de fogão à lenha; comida de verdade;comida sem culpa.

Quirera; torresmo; costeletas de porco; galinhas mortas, penduradas, depenadas e assadas aos domingos, fazendo par com a maionese caseira de ovos da própria. O melhor virado de feijão que lembro ter comido. Tudo feito sem pressa, desde manhã cedo as panelas passeando pela chapa do fogão, procurando o calor certo para o ponto certo.

Nos dias frios, muito frios, o fogão ficava ligado direto. Sem tréguas, sem descanso. Desde manhã até a noite. Quando a casa começava a esfriar de novo, o dia já estava claro. Mais lenha era colocada e tudo voltava ao seu aconchego.

Nestes dias  de inverno rigoroso, com a geada cobrindo tudo até a metade da manhã, o pinhão era jogado na chapa do fogão, virado várias vezes, até começar a estourar. Depois era retirado, colocado um por um em um tronco de madeira e batido com um martelo, até a casca soltar. Um salzinho e uma mordida. O bastante para ficar na lembrança durante uma vida.

Pinhão na chapa, bem assado e batido com martelo. Ou, uma panela de ferro (serve uma frigideira grossa), um dia frio e belos pinhões.

Juro para vocês, é  a melhor maneira de apreciar uma das melhores coisas que a natureza nos proporciona. Inesquecível.

 

Orlando Baumel

Chef de Cozinha, músico e sócio do site junto com a Carol. Casado, pai de 3 lindas garotas.

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