A sopa mais reconfortante do mundo.
Mingau de bugre. Assim minha avó chamava esta sopa com ingredientes simples, que me acompanhou uma infância inteira. É incrível como uma comida até sem graça pode permanecer na memória da gente por tanto tempo, uma vida, eu diria.
Claro que tudo o que rodeia este prato, os momentos que ele aparecia fumegante em minha frente, o aroma dele sendo preparado e o carinho que minha avó deixava nele, aumenta a lembrança e aguça a saudade. Saudade de comida é uma das mais vivas dentro de nós.
Esta era a sopa de inverno, a sopa de dias mais frescos do verão, a sopa de quando não tinha nada mais para servir e principalmente, a sopa das gripes e resfriados. Se em algum momento do dia eu espirrasse, lá vinha o Mingau de Bugre aquecer a noite. E podem apostar, esta sopa aquece demais, um verdadeiro corta-febre, daquelas de deixar a sensação que você dormiu em uma sauna.
Assim este prato ficou guardado em mim. Uma lembrança branca, quente, com um ovo boiando e me espreitando, o alho fazendo cócegas na garganta, um aroma forte e o orgulho de minha avó, se eu conseguisse chegar ao fim, sem deixar vestígios. Assim o tempo passou…
Meu interesse por Gastronomia viria bem mais tarde, mas estas lembranças nunca me abandonaram. Esta sopa sempre esteve em meus pensamentos. Eu sabia da extrema simplicidade dela, mas queria fazer exatamente como minha avó fazia, sem as firulas tão inerentes a todos os cozinheiros que abraçam isto como profissão.
E assim, nunca me atrevi a mexer nisto, por saber que iria inevitavelmente fazer algo que não devia, estragar a beleza que existe nas coisas mais simples por um capricho bobo qualquer. E o Mingau de Bugre morou comigo durante anos, bem escondido em minhas lembranças mais felizes.
Até um dia, que postava sem compromisso no Twitter e comentei sobre sopas. Uma amiga minha, a Cintia Bruno, do excelente Blog Tô de olho, contou que estava comendo uma sopa de fubá com ovo, que sua mãe, Solange Bruno, tinha preparado para ela, pois estava resfriada.
Pronto, toda a lembrança voltou e tive que pedir para a Cintia me contar como a mãe dela fazia. E era igualzinho minha avó. Não resisti e divido com vocês a receita, a mais simples do mundo, da sopa que mais lembro em minha vida. A mais reconfortante do mundo.
INGREDIENTES
1/2 litro de água
2 dentes de alho, bem picados
1 colher (sopa) de cebola, bem picada
3 colheres (sopa) de fubá
2 ovos
Cebolinha picada
1 colher (sopa) de azeite de oliva
Sal e pimenta-do-reino à gosto
PREPARO
Aqueça uma panela funda, coloque o azeite e refogue o alho e a cebola por 1 minuto. Coloque a água e deixe ferver. Dissolva o fubá em um copo de água e vá misturando aos poucos na panela, até que engrosse ligeiramente. Tempere com o sal e a pimenta. Tampe e deixe cozinhar por 10 minutos.
Coloque os ovos com cuidado e tampe a panela. Deixe por mais 2 minutos e sirva imediatamente, polvilhado com a cebolinha verde.
Uma sopa que me traz lembranças demais, assim como o Molho de Pimenta de minha avó. Sopa que ela própria carrega tanta história, de tantos anos e tantas famílias que a compartilharam. Sopa para aquecer o coração. A verdadeira Comida da Boa Lembrança.
Vocês podem adicionar couve, espinafre, ou o que vier na imaginação, mas este era o verdadeiro Mingau de Bugre de minha avó.
Obrigado a Cintia Bruno pela lembrança. Visitem o Tô de olho. Eu recomendo demais!
a sopa da Mãe Solange Bruno Ferreira
a sopa da Mãe Solange Bruno Ferreira
Que delícia! Minha avó paterna preparava para mim! Como era bom! No próximo dia bem frio, farei! bjos, Orlando!!!
Que delícia! Minha avó paterna preparava para mim! Como era bom! No próximo dia bem frio, farei! bjos, Orlando!!!
Eu fiz!! Adorei!!!!!!!
Eu fiz!! Adorei!!!!!!!
E agora vou fazer o Chico Balanceado, depois conto tudo!! rss
E agora vou fazer o Chico Balanceado, depois conto tudo!! rss
mais que nome ne? rs
mais que nome ne? rs
Hmmmm
hoje de janta teremos sopa de fubá, acho que vou dar uma “garibada” nela hehehehe
beijãozão *
Orlando, olha eu aqui :))
Achei linda a história e o afeto com que você fala sobre essa receita. Então, me senti ainda mais reconfortada, por saber do valor que ela tem. Agradecer demais por ter indicado. Eu fiz, amei e já me tornei cativa. Você está de parabéns pelo capricho e carinho que põe nas coisas que faz. Sou sua fã e tenho motivos para isso. Acho que todos seus amigos também. Bom domingo!
Orlando, olha eu aqui :))
Achei linda a história e o afeto com que você fala sobre essa receita. Então, me senti ainda mais reconfortada, por saber do valor que ela tem. Agradecer demais por ter indicado. Eu fiz, amei e já me tornei cativa. Você está de parabéns pelo capricho e carinho que põe nas coisas que faz. Sou sua fã e tenho motivos para isso. Acho que todos seus amigos também. Bom domingo!
Maravilhosas lembranças. Obrigada! Minhas avós Que saudades!
vou fazer hoje???
Nossa chorei! Rs
Não sei porque “cai aqui” mas me lembrei da minha infância, no meu caso não foi minha avó que preparava, era meu pai! Meu finado pai!
Não sabia que levava este nome, Mas minhas lembranças em torno dessa sopa, me remetem ao amor, atenção e carinho que meu pai me cuidava! E saudade!!!!
Obrigada
Hummm, deu muita vontade quando vi seu posto., Então apelei ao Google para ver se achava a receita e dei de cara com a sua própria… Essas sopas, são deliciosas. Faço uma bem parecida, mas em vez de ovos, bacon e costelinha defumada, finalizando com couve.
Farei a sua, Carina!