Passei um bom tempo pensando no que escrever. Não queria falar sobre a realidade, tampouco queria tornar a crônica, ficção. O que não seria difícil depois de tanto vinho! Essa sensação de sobrevoar as emoções que aparece depois da terceira taça, atiça a imaginação. Espero que todos estejam bem, firmes e fortes no propósito de cuidar bem de si e do próximo. Que estejam descobrindo coisas novas sobre si mesmos e sobre a casa que agora é o único lugar de ser e estar de alguns. Sempre separamos isso: ser e estar. Bastava chegar em casa, descalçar os sapatos, trocar a roupa, e pronto. O lugar onde ser e estar aconteciam era muito bem definido e o descanso de um era a ativação do outro. Agora estamos todos emaranhados entre o que somos e todos os lugares onde não podemos estar. Pelo menos temos feito muito pão e comida caseira, estamos redescobrindo pequenos prazeres, que compensam a quantidade de louça suja e a falta das pessoas queridas ao redor da mesa de refeições. Encontramos a solidariedade, que é a coisa mais linda de se ver. Vamos conseguir! Outro dia vi um pai escrevendo que a melhor coisa dessa quarentena foi trocar o trabalho pelo bom dia da filha! Chorei. Mas sorri também, e hoje escrevi porque senti saudade de vocês! 

Um brinde à resistência afetuosa que fica em casa e usa máscara! 

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  1. Cadu Lacerda

    Noutro dia recebi uma receita de Panetone. A princípio pareceu estranho estar com desejos de dezembro em pleno mês de maio, mas esse sou eu agora, com as datas e os desejos trocados. Bon appétit.

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