Orlando pediu que eu escrevesse sobre este duo, e isto faz com que eu conte um pouco da minha família do lado paterno.
Sou neta de polacos e pierogue com molho de cebola é como arroz e feijão para mim, combinação perfeita e inquebrantável.
Desde sempre, até o falecimento de minha avó Iaia (Janina), a família se reunia nas quartas-feiras para o almoço. Raramente não tinha pierogue, sempre feito por minha avó e quando ela já estava com idade mais avançada, era ajudada por minhas tias Mainha, Lucia e também pela Ny.
![](https://obagastronomia.com.br/wp-content/uploads/2021/07/Dora-JU4_5280.jpg)
A massa era leve e o recheio podia variar entre batata com ricota ou repolho, mas o molho era sempre o maravilhoso molhinho de cebola. Tenho uma lembrança de, às vezes, usarem nata (os adultos) e também tinha quem colocasse o molho da carne de panela sobre eles.
Fui conhecer outras variações de molho para pierogue mais velha. Meu pai faz um delicioso com linguiça blumenau.
E afinal o que é este molhinho tão incrível? Cebolas picadas bem pequenas, fritas até um pouco além de dourar, numa porção generosa de óleo vegetal.
Elas ficam com uma textura crocantinha e um sabor adocicado… nossa!!!
Não precisa por nem sal, nem nada.
Para 3 dúzias de pierogues, eu uso 3 cebolas médias e um pouco mais que 300 ml de óleo de milho. Em uma frigideira frite as cebolas até passar um tiquinho do dourado.
Aí só jogar sobre os pierogues já cozidos.
![](https://obagastronomia.com.br/wp-content/uploads/2021/07/Dora-pierogui.jpg)
Eu poderia terminar aqui esta história, mas tem um bônus, este é da parte do djadja (vovô) Estanislau.
Faça sempre um pouco a mais de pierogue e de noite (pois era sobra do almoço) pegue estes que sobraram, que ainda estarão envoltinhos no óleo da cebola, e frite rapidamente na frigideira.
O djadja deixava fazer uma casquinha crocante e oferecia aos netos, que eventualmente, ficavam até o fim do dia lá. Era uma delícia este momento, o sabor do pierogue e o carinho do avô.
![](https://obagastronomia.com.br/wp-content/uploads/2021/07/Dora-djadja.jpg)
- Fotos da família por João Urban.
- Os pierogues que a Dorinha utilizou, tão bons quanto os de sua avó, foram feitos por Dona Maria Lachowikz. Você pode encomendar pelo whatsapp 41 99922-8113.
Puxa, Orlando, fico comovida com este espaço tão generoso para uma mera diletante deste universo incrível que é a gastronomia.
Queria ainda pedir desculpas por não ter citado a pessoa que fez estes maravilhosos pierogues, tão bons quanto os de minha avó.
Se puder, deixa o crédito, amigo?
Obrigado a você. O OBA é seu. Dando os créditos dos pierogues já.
Sou tia da Dora pelo lado materno. Mas tive o privilégio de algumas vezes ser convidada para almoçar numa quarta-feira na casa da Dona Janina. Conheci e aprendi apreciar Pierogue com essa família, quase minha. Agora amo pierogue. ❤.
Que amoroso esse texto, anjinha! Como tudo que você faz!