Anota aí, querido diário: a vida se encarrega de dar novos e mais iluminados sentidos para a expressão “se arrependimento matasse…”.

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A literalidade das pessoas tem me espantado. E digo isso sem nenhuma intenção de parecer superior “Olha, eu entendo e vocês, não”, juro. Só tem me espantado demais. Nada é visto num contexto maior, nada tem relação com nada, tudo que é dito é tomado ali, no cacau, ao pé da letra. É um estilo de vida, claro, como qualquer outro, mas me espanta.

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O gato é fofo e meigo pra tomar remédio até ter de começar a tomar vários remédios, várias vezes por dia. No terceiro dia de medicação, cabô fofura, calma, gentileza. Parece um pequeno filhote de cramulhão, esperneado, mordendo, cuspindo, urrando.

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Não sei você, mas não tenho vergonha de admitir que estou naquela etapa de evolução em que paro diversas vezes no meio do dia, respiro fundo, digo a mim mesma “Não quero ser esse tipo de pessoa”, respiro fundo de novo e sigo em frente.

Não quero ser esse tipo de pessoa.

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Escuta, que bando de antenas de rádio é ese que nós viramos? Tá todo mundo captando sinais, entendendo de vibrações, “EU não sinto uma vibe boa”, “Aquela pessoa não vibra positivamente”. Ah, vocês me façam o favor.

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O bacana das coisas com data para acabar é que a frase “nunca mais” dá um alento enorme. Enorme. 

Nunca mais.

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Renata: Pense em um desânimo quando, ao se inscrever prum negócio, a resposta que chega é: “Nossa produção entrará em contato com todos os inscritos e formará um grupo no zap para maiores informações”.

Fal: Hahahahaha, amor, meu abraço. Falou em “Vamos formar um grupo”, eu já começo a gemer. E não é um gemido bom, não.

Orlando Baumel

Chef de Cozinha, músico e sócio do site junto com a Carol. Casado, pai de 3 lindas garotas.

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