O ano, antes, começava em Março, que chamava-se Martius, de Marte, o deus romano da guerra. Em Roma, e no hemisfério Norte, Março é o primeiro mês da primavera. Parecia lógico iniciar o ano nessa época, assim como era lógico que as campanhas militares começassem também. Um ano de 10 meses de 30-31 dias, que totalizava 304 dias. Com 61 dias de inverno, que não eram sequer contados… Fiquei aqui pensando que isso tem muito a ver com nossa época de temporada e Carnaval, onde tudo segue um ritmo diferente, quase que fazendo que o ano comece pra valer só em Março. Em 46 a.C., Júlio César, alterou o calendário, implantando o que ficaria conhecido como calendário juliano. Acrescentou dois meses, sendo o primeiro Janeiro, que ganhou esse nome em homenagem a Janos, deus das portas, passagens, inícios e fins. Em Fevereiro de 1582, foi substituído pelo calendário gregoriano, que é considerado o calendário civil mundial e usado até hoje na maioria dos países. Na Rússia, até o final do séc XV o ano iniciava em 1 de março e o Reino da Grã-Bretanha e suas colônias iniciavam o ano em 25 de Março até 1752. Os chineses, seguem o calendário lunissolar e seu ano novo tem datas variáveis, começa na primeira lua nova do ano. Esse ano acontece em 25 de janeiro, quando entre outras práticas tradicionais, oferecem comida ao Deus da Cozinha, para serem abençoados com prosperidade familiar. O ano novo judaico ocorre em Tishrei, que para nós coincide com Setembo/Outubro, e diferente das festas que fazemos tradicionalmente, para eles é um tempo de meditação e avaliação do passado. Um tempo de arrependimento e perdão, onde Deus decide, por seus méritos, como será o ano seguinte. Durante esse tempo, todo alimento consumido tem um significado especial.
Desde sempre associamos a passagem do ano a alimentos e rituais. Todos temos nossas comidas da sorte, nossos rituais de passagem e normalmente eles nos nutrem de esperança. Queremos sempre que o ano que se inicia seja melhor que o anterior, que coisas boas aconteçam a todos e desde sempre sonhamos com a paz mundial.
Seria um milagre o que queremos?
E se milagre for a fome que faz a comida ficar gostosa? Aquele encontro entre as fases de dentro e as fases da lua na estrada da gratidão? Talvez seja! Quem só tem fome talvez veja mais milagres do quem tem a comida e as vezes o bem estar está associado a coisas muito simples e humanas. Ano após ano tudo parece ser sempre igual, mas igual mesmo, somos nós.
A vida é exata, tão distraidamente exata, que, surpreende a todo o tempo com as desculpas mais esfarrapadas, porque essas, são as únicas que explicam as certezas mais absurdas.
Que sejamos melhores pessoas para 2020, que possamos recuperar nossa humanidade e nossa alegria com a felicidade dos outros. Que a alegria, aliás, seja nossa rotina!
Um 2020 lindão pra vocês!