Em viagem rápida a São Paulo semana passada, escolhi o tradicional bairro do Bixiga para aproveitar e jantar na única noite que teria na cidade.
O Bixiga é entendido como um dos mais tradicionais bairros da cidade de São Paulo, embora na divisão administrativa da cidade ele não exista oficialmente como tal. Corresponde aproximadamente à região localizada entre as ruas Major Diogo,Avenida Nove de Julho, Rua Sílvia e Avenida Brigadeiro Luís Antônio, no distrito da Bela Vista, embora sua delimitação possa ser motivo de polêmica dependendo da fonte.
Formado por imigrantes italianos, ganhou importância histórica e turística na capital paulista. A tradição e a religiosidade italianas, que são fortemente mantidas e as inúmeras cantinas existentes no bairro são grandes atrativos turísticos.
O primeiro registro de ocupação da área é de 1559, como Sítio do Capão, de propriedade do português Antônio Pinto, e mais tarde passou a chamar-se Chácara das Jabuticabeiras, por causa do alto número de árvores dessa espécie. Nos anos 1820 um homem conhecido como Antônio Bexiga, por causa de suas cicatrizes de varíola (popularmente conhecida como “bexiga”), comprou as terras, o que é a explicação para o nome do bairro.
Por volta de 1870 Antônio José Leite Braga decidiu lotear parte de sua “Chácara do Bexiga”. O loteamento já estava anunciado em 23 de junho de 18781 e foi inaugurado em 1 de outubro do mesmo ano, com a presença do imperador Pedro II, lançando a pedra fundamental de um hospital que, no entanto, jamais foi construído. Lotes pequenos e baratos interessaram aos imigrantes italianos, pobres e recém-chegados ao Brasil, a maior parte deles vindos da Calábria , que não se interessavam por dirigir-se aos cafezais do interior do estado .
Com o intuito de afastar o sentido pejorativo do apelido dado ao bairro, seus moradores passaram a mudar a grafia de Bexiga para Bixiga. Outra explicação para a grafia seria uma adaptação ao jeito coloquial de se falar. (Wikipedia)
A casa escolhida para o jantar é uma das mais antigas do bairro, a Cantina Roperto, escolha das mais acertadas. A Cantina Roperto funciona desde 1942, sempre com seus salões lotados. Com um ambiente bastante familiar, entrar no Roperto é como entrar em uma cantina na própria Itália. Como não bastasse, para não fugir da tradição, músicos embalam o seu jantar com canções típicas do país da bota.
O cardápio, como não poderia deixar de ser, apresenta massas e carnes com base na culinária italiana. A casa serve 18 tipos de massas e 18 tipos de molhos. Entre as carnes, o destaque fica por conta do Ropertone, uma almondega gigante cuja receita mistura mignon, frango, pão, leite, ovos e parmesão, tudo bem triturado. O couvert, composto de fatias grossas de pão italiano, manteiga, azeitonas pretas e uma sardela de comer rezando.
Nossa escolha fugiu um pouco dos campeões de preferência da casa. Optamos por um prato de mignon, acompanhado de legumes, batatas e palmito. Além dele, escolhemos um ravioli recheado de muçarela de búfala e molho bolognesa, apesar da carne já estar presente no pedido.
Os pratos servem generosamente duas pessoas, com direito à bis. O mignon veio no ponto pedido e o ravioli estava maravilhoso. Uma sugestão que dou para quem vai é não exagerar no couvert, deixando um bom espaço para o que vem depois.
Ir à Cantina Roperto é uma aventura gastronômica boa demais. Se o bairro do Bixiga possui alma, certamente boa parte dela se encontra nos corredores desta simpática cantina.
Conheça o Cardápio da Cantina Roperto.
Estive no Roperto e, de fato, é ótimo.
Laiz.
Realmente, fiquei surpreso por encontrar “feijoada” na Cantina.
Laiz Travizani Jr.