Enquanto escrevo o Joaquim faz cafuné no meu cabelo e fala pelos cotovelos. A crônica de hoje é meio que uma consulta sentimental.
Outro dia me pediram dicas de lugares para levar uma “paixão querendo virar amor” . Ontem me pediram dicas opostas: ” Onde levo meu namorado pra dizer que ele tem que me esquecer? ”
Mas gente, não sei nem o que responder! Juro, vamos ver, leva ele para comer sarapatel, chuchu, quiabo… O que é um risco, ele pode gostar. Eu terminaria com alguém que me levasse para comer sarapatel. Uma vez pedi sorvete com catchup, só pra fazer um carinha me achar esquisita. Não funcionou, tem gente que é corajosa!
Você pode estar querendo contar isso numa noite agradável, e é quase certo que acabaria com a noite. Ou pode levá-lo a lugar horrível, e esperar a noite desandar. Num desses lugares que a gordura da fritura chega ao seu cabelo. Pode também escolher um não lugar e poupá-lo de ambas as situações.
Gastronomia e sentimentos estão sempre juntos e se pensarmos bem em algum ponto da relação bate aquela irritação com o barulho que o outro faz com a boca ao mastigar. Pode ser que se você mastigar assim, ele fique querendo terminar com você também. Nunca sabemos o teor exato dos pensamentos alheios, mas é melhor que o teor alcoólico seja baixo
Em último caso, você pode falar assim que ele chegar, evitar ligar essa lembrança a um lugar. Quando você quer criar uma memória afetiva, mostrar a alguém o quanto é importante, pensa nos detalhes, ė amorosa e cuidadosa. Acho que a forma correta de dizer que não pensa mais em alguém é essa também. Com educação, respeito e cuidado.
Boa sorte