Santa Felicidade – A Itália em Curitiba

Há tempos que desejo fazer esta postagem! Fui sempre adiando, pensando em quanta coisa eu teria para falar sobre Santa Felicidade – o bairro italiano de Curitiba! Ponto de visita obrigatório para todos os turistas que estão por aqui, Santa Felicidade tem uma vida toda própria. São tantos Restaurantes que o domingo de Santa Felicidade é segunda-feira. Um bairro simpático e hospitaleiro, que foi o ponto de chegada dos imigrantes italianos que para cá vieram. Tamanha importância ganhou para Curitiba que é merecedor de seu portal!

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Um pouco de história:

A primeira leva de imigrantes italianos partiu de Gênova em 5 de novembro de 1877, trazendo consigo mudas de Parreiras para aqui plantarem. Desmbarcaram no Porto de Paranaguá e se estabeleceram próximo ao litoral, em Morretes, São João do Graciosa e Porto de Cima. Algumas famílias ficaram descontentes com o solo pouco fértil e clima pouco propício para a agricultura e resolveram aventurar-se para mais além.

Em novembro de 1878, com a chegada das 15 primeiras famílias italianas ao planalto curitibano, a região de Taquaral passou a se chamar “Colônia Santa Felicidade”.

A origem do nome tem três teorias (sendo uma combinação da 1 com a 2 a mais aceita):

1 – em homenagem à Felicidade Borges, uma das primeiras a chegar à região com seus irmãos e que muito facilitou a negociação na venda das terras onde se levantaria a Colônia;

2 – em homenagem à Santa do mesmo nome, uma vez que os italianos são católicos fervorosos;

3 – pelo sentimento que tomou conta de todos os colonos quando finalmente puderam encontrar o solo fértil onde poderiam ver seus sonhos se concretizarem.

Com os pinheiros construíram suas casas, aprendendo a apreciar também seu fruto, o pinhão.

Aqui um aparte para falar da Casa dos Gerânios. Chamado também de Sobrado Nona Carolina, foi construído pala família Boscardin no final do século XIX. Esta foto tirei de outra foto que foi produzida há uns 7 anos.

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Infelizmente, com o descaso da Prefeitura de Curitiba, que afinal era quem deveria cuidar do patrimônio da cidade, hoje ela se encontra cercada de mato e neste estado.

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Mas, voltando à história:

O lema destes colonos era: “Trabalhar, comer bem e rezar.”

Eles plantavam milho, hortaliças e criavam galinhas e gado. Muitas famílias plantaram vinhedos e produziam seu vinho, que era destinado apenas ao consumo próprio.

Estas pequenas Vinicolas transformaram-se hoje em grandes pontos de venda onde, além do vinho, são comercializados Salames, Queijos entre outras coisas. Tansformaram-se também em grandes postos turísticos.

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Voltando para a história:

Com o beneficiamento do milho, transformado em fubá, faziam a polenta. A tradição era, após a missa, reunir-se para saborear o Vinho produzido ali mesmo, a Polenta e outros alimentos. Nas refeições diárias os mesmos alimentos estavam presentes. Geralmente o café da manhã incluía um pedaço de Polenta assada na chapa do fogão a lenha e um gole de Vinho. E a refeição principal era completada (além destes itens) com Salame, Queijo Colonial e Pão Caseiro.

Com o advento do Café, os caminhoneiros que traziam a produção com destino ao Porto de Paranaguá, vinham sempre pela antiga Estrada do Cerne, que passava por Santa Felicidade. Eles se habituaram a parar e apreciar a comida típica da Colônia Italiana, e assim foram surgindo os primeiros Restaurantes.

Não se sabe ao certo qual o primeiro Restaurante surgido, mas o Cascatinha é um dos mais antigos.

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Hoje, Santa Felicidade é conhecido como Bairro Gastronômico, onde a Polenta, o Risoto, o Frango a passarinho, o Radicci e as Massas reinam e atraem milhares de pessoas. Com seus Restaurantes enormes, caso do Madalosso (um dos 5 maiores do mundo, chegando a servir 5 mil refeições num único domingo), Santa Felicidade faz a delícia dos turistas e das famílias de Curitiba.

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Uma história feita de muita luta, mas também e principalmente, de muita alegria e comida!

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Claro que atrás dos turistas, Santa Felicidade ganhou Restaurantes das mais diversas especialidades, mas como já dizia o poeta:

A Santa Felicidade

Terra de amor e carinho

Reflui a hospitalidade

Com seu Risoto e bom Vinho.

(Apollo Taborda França)

Então fica a dica: se forem de Curitiba, prestigiem Santa Felicidade e se forem de fora e vierem para cá, não deixem de conhecer este Bairro tão querido e pitoresco. Com certeza, vale a pena!!

Orlando Baumel

Chef de Cozinha, músico e sócio do site junto com a Carol. Casado, pai de 3 lindas garotas.

Este post tem 0 comentários

  1. Rosana Martineli Esperandio

    Linda a matéria!!!Aki no ES, o nome muda da Santa Felicidade para Domingo Martins, a culinária alemã e italiana marcam forte presença em Domingos Martins, possibilitando uma verdadeira viagem gastronômica pelos restaurantes da cidade. Além dos restaurantes típicos, as Casas de café colonial oferecem uma diversidade de bolos, tortas, biscoitos, pães e geléias produzidas pelos próprios moradores.
    Bj

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