A essência da comida.
Sábado de Aleluia e de lembrança.
Comida é uma coisa mágica, capaz de nos remeter às lembranças mais saborosas (nos dois sentidos) de nossas vidas. Comida de mãe tem este dom.
Almoço em muitos restaurantes. Alguns maravilhosos, alguns não tão bons. Alguns simpáticos, outros nem tanto. Mas, por mais que o restaurante tente ser caseiro, nada se compara a boa comida que estava acostumado a comer em casa. A comida mais honesta do mundo.
Nada de requintado; nada de ingredientes impronunciáveis; nada de reações químicas; nada de pratos ornamentados. Apenas a boa e velha comida caseira. Arroz, feijão, bife e batata frita. Sim, o prato mais representativo dos brasileiros. Aquele que, pensando bem, não trocamos pelo mais bem feito Foie Gras no Rei do Foie Gras.
Pensem em um último prato de suas vidas. Posso apostar que nada mirabolante virá à lembrança. Para ser o último da vida, deve representar a vida. Comida é a lembrança. Momentos felizes que passamos com quem gostamos, ao redor de uma boa mesa, onde bifes e feijões reinavam absolutos.
Esta Páscoa, que para mim tem um sentido de recomeço, eu tive a alegria de compartilhar a comida que minha mãe prepara. No Sábado de Aleluia, um de meus pratos favoritos. Comida de verdade, feita sem a culpa da banha de porco. Comida preparada em velhas panelas de ferro, servida direto do fogão. Comida que traz lágrimas aos olhos, por ela e pelo que representa.
Amanhã volto ao normal. Restaurante, garçons, pratos e talheres intermináveis, taças pedindo para serem quebradas, comida servida com emoção dissimulada. Qual a alegria, por mais profissional que alguém possa ser, de um Garçon estar servindo pessoas (que às vezes não lhe dão o merecido valor) em um domingo de Páscoa? Pergunte para ele se não gostaria de estar abrindo ovos de chocolate com seus filhos…(e por favor, deseje-lhe Feliz Páscoa).
Porém, o dia de hoje será mais um daqueles que levarei dentro de mim. Comida de coração, para ser guardada com carinho. Arroz, feijão, bife e batata frita…existe poesia maior?
Esta é a emoção que eu compartilho com vocês. Uma linda e saborosa Páscoa. Um eterno recomeço nas coisa mais simples da vida. É lá que está a beleza de tudo.
* Almoço preparado por minha mãe, Roseli Baumel, no Sábado de Aleluia.
Nada tenho a acrescentar… Voce tem uma sensibilidade incrivel para descrever estes momentos que aliam a comida com o afeto… A essencia do que nos torna seres humanos e não simples animais que so se alimentam para sobreviver…Lindo texto! Se voce cozinha bem, (coisa que eu ainda não comprovei)…rs, saiu a D. Roseli!
Esse é o nosso PF! Muito orgulho!
sempre que preciso de uma comida rápida e gostosa procuro aqui, adoro as dicas.