Quando eu era criança achava que o caminho para o sitio, a estradinha de chão que sacolejava o carro, as montanhas, todas as plantações, eram minhas, fosse chuchu, gengibre ou maracujá. Vagem, berinjela ou cará. Não haviam limites para o olhar. Tudo parecia tão grande. Criança aproveita a vida que só!

À medida que os caules pintados de branco ficavam para trás, entrávamos numa estradinha menor, ali as árvores não eram pintadas. À direita um riacho, filho do Rio Marumbi, seguia junto da estrada e a esquerda uma fileira com 12 pés de canela que meu pai plantou, é já deviam estar com uns 10 metros de altura. Além do caule da canela, minha mãe utilizava as folhas para temperar feijão. Não conheço mais ninguém que tivesse esse hábito. 

Na última vez que passei por lá, descobri que os pés de canela não existiam mais. A plantação de beringelas não ocupava seu espaço, mas talvez tenham sido cortados por causa dela. Uma outra beleza, a mesma sensação de ser filha da mãe natureza.

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