Cuidados na dieta dos mais velhos.
A Nutricionista Maria Alice Maciel dá algumas dicas sobre a alimentação de pessoas idosas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) , é considerado idoso todo indivíduo de nações industrializadas que ultrapasse 65 anos, pois a expectativa de vida é maior. Nos países em desenvolvimento, tal limite cai para 60 anos de idade.
Como é sabido, essa faixa da população vem aumentando consideravelmente, aumentando também a necessidade de adoção de medidas que visem oferecer melhor qualidade de vida. O estado nutricional destes indivíduos se torna fragilizado por vários fatores. As mudanças fisiológicas interferem, não só no apetite, mas no próprio consumo, absorção e necessidade de nutrientes.
Alguns fatores próprios da idade contribuem para o aparecimento da desnutrição, como por exemplo: diminuição das sensações (gosto, olfato, visão); diminuição da atividade física; dentição deficiente, presença de dor; alterações de humor; dificuldade de raciocínio e comunicação; eventos gastrointestinais; dependência; quedas; fraturas; feridas;catabolismo aumentado; comprometimento físico ou cognitivo;restrições financeiras; aparecimento de doenças; isolamento social; depressão e por aí vai. A lista parece não ter fim.
O Ministério da Saúde lançou em 2009 um manual para profissionais de saúde sobre alimentação saudável para pessoa idosa. Inclui conceitos, cuidados na compra, armazenamento dos alimentos, higiene, preparo, medidas associadas ao consumo das refeições… enfim, orientações especiais.
Alguns detalhes são importantes em relação às preparações, como por exemplo: as cores, a textura, consistência, apresentação e temperatura dos alimentos.
Também deve-se levar em conta algumas recomendações, como não abusar de açúcar, sal, enlatados, embutidos, gorduras, incentivar o uso de cereais, frutas, vegetais, sem esquecer da fonte protéica e do uso adequado de temperos.
Devemos aumentar o fracionamento das refeições e tentar contribuir para tornar as refeições mais prazerosas. Isso inclui a socialização, tentando fazer com que o idoso faça pelo menos uma refeição do dia com o restante da família.
Eu, particularmente, acho interessante tentar resgatar receitas do passado, aquelas que dão saudades e nos remetem à determinadas datas, lembrando de pessoas queridas e que faziam alguns pratos que marcaram. Isso desperta o apetite e a vontade de lembrar dos sabores.
O trabalho é árduo. São vários detalhes que interferem e outros tantos que podem nos ajudar a enfrentar as dificuldades. Vamos contribuir no que for possível para que os idosos enfrentem mais tranquilamente essa fase da vida. Todos chegaremos lá.
Maria Alice Maciel – Nutricionista
Maria Alice e Orlando,
Agorinha comentava sobre isso com meu marido. Gostei de saber sobre os fatores que geram essa falta de apetite dos idosos.
Um abraço.