Foto: Ana Lee

A grande maioria dos nossos leitores já assistiram ao filme A Fantástica Fábrica de Chocolate e ficaram extasiados, tenho certeza, com uma vontade tremenda de estar ali. Tirando os devidos exageros, foi o que eu senti ao visitar a fábrica dos Chocolates Mendoá em Ilhéus.

Se o conceito “bean to bar” (da amêndoa até a barra) é o que buscam a grande maioria dos produtores de chocolate no sul da Bahia, a Mendoá dá o exemplo. Todo o processo é feito na fazenda, da plantação e colheita de cacau até o produto final, passando pelos processos de secagem e fermentação.

Foto: Ana Lee

A fábrica é de propriedade dos irmãos Leonardo e Leandro Reis Almeida, que investiram R$ 3 milhões na construção de uma fábrica de chocolate inaugurada neste mês. Os irmãos Reis Almeida, que também plantam soja e trigo em Goiás, começaram a cultivar cacau ao comprar a fazenda Riachuelo, que estava em ruínas, na década de 1990, com 260 hectares de pés da fruta. Atualmente, a fazenda é um complexo cacaueiro com 1,2 mil hectares, galpões de armazenamento e secagem, laboratórios e maquinários modernos, além da fábrica novinha em folha, é claro.

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A produtividade atual é de 70 arrobas por hectare (cada arroba equivale a 15 quilos), um resultado e tanto comparado ao de décadas passadas. Quando os irmãos Reis Almeida assumiram o controle da Riachuelo, a produtividade era de 7,5 arrobas por hectare, menos de um terço da atual média brasileira, de 25 arrobas, e apenas 8% das 90 arrobas por hectare produzidas antes da praga. “Tivemos muito trabalho para levantar a fazenda”, diz Leonardo. Além de produzir pouco, não havia rede elétrica, estradas e galpões. “O antigo proprietário não investia e até mesmo deixava de colher os frutos, por achar que a atividade não compensava.”

Foto: Ana Lee

A arrumação da casa tinha uma meta: agregar valor à produção de cacau. Após a recuperação das plantações e de muita pesquisa em busca de amêndoas de qualidade superior, a matéria-prima se transformou na marca própria de chocolates finos mendoá, processados em uma fábrica terceirizada. “Agora, com nossa fábrica podemos buscar mais qualidade para o cacau”, diz Leonardo. O desafio dos irmãos, que chegaram a exportar para a Europa antes da crise de 2008, é rentabilizar o produto gourmet pronto para o consumo. Das atuais 65 mil arrobas de cacau colhidas por ano na Riachuelo, 13 mil são de amêndoas especiais. Na Bahia, o cacau superior está cotado a R$ 280 a arroba, enquanto a amêndoa comum não sai por mais de R$ 70.

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A fábrica da Mendoá tem capacidade para processar 150 quilos de chocolate gourmet por dia. Ao preço de R$ 200 por quilo, isso significa uma receita potencial de R$ 11 milhões por ano. “O restante continuará sendo vendido como commodity às empresas que processam a fruta na região”, diz Leonardo. A marca começou a ser vendida em cafeterias e casas especializadas de Salvador neste mês. Mas o plano é abrir dez lojas próprias em shoppings de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. Cada loja deverá receber um investimento de cerca de R$ 500 mil. “Estamos vendo que é possível ganhar dinheiro com cacau”, diz Leandro. “O brasileiro está aprendendo a conhecer chocolate de alta qualidade e o mercado é promissor.”

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Segundo o administrador de empresa Juvenal Maynart, superintendente regional da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira, na Bahia (Ceplac), com sede no município, o movimento de criação das fazendas de chocolate tende a crescer ainda mais. Ele afirma que, dos 15 mil pequenos produtores da região de Ilhéus, pelo menos 20 já possuem fábricas e até 2020 a expectativa é de que outros 20 abram suas próprias unidades. “É uma mudança considerável de status”, diz Maynart. “Embora a Bahia seja reconhecida como a terra do cacau, ela não tem a tradição de fabricar chocolate.” Para o diretor do Ceplac, a abertura de pequenas fábricas também pode ajudar a atrair mais pessoas para uma região que chega a receber cerca de 200 mil turistas por ano, entre eles muitos estrangeiros. “Até pouco tempo atrás, o turista achava que iria comer muito chocolate em Ilhéus, mas não encontrava o doce”, diz o executivo. (Dinheiro Rural – Julho/2014)

Foto: Ana Lee

Para quem nunca esteve em uma fábrica de chocolates, como eu, tudo é mágico. Observar todas as etapas da fabricação é algo indescritível. O cuidado que a Mendoá tem em todas as fases do processo é algo para se enaltecer. Não é a toa que o chocolate produzido por lá tem uma qualidade excepcional.

A fazenda ainda não mantém um serviço de visitas diárias, mas agendando com antecedência, um grupo de até 8 pessoas poderá entrar na fábrica e visitar a plantação de cacau do lugar.

Se algum dia você estiver em Ilhéus, não deixe de visitar a Mendoá Chocolates. É um passeio fantástico. Eu ainda posso sentir o aroma que senti em toda a fábrica.

MENDOÁ CHOCOLATES

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Orlando Baumel viajou para Ilhéus a convite da organização da Chocolat Bahia 2017.

 

 

Orlando Baumel

Chef de Cozinha, músico e sócio do site junto com a Carol. Casado, pai de 3 lindas garotas.

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