Afinal, faz tanta diferença?
A Nutricionista Maria Alice Maciel nos fala sobre diferenças entre ovos.
Aqui estamos para falar um pouco sobre o ovo, alimento tão freqüente nas mesas dos brasileiros. Frito, cozido, pochet, apenas quente e principalmente embutido em outros alimentos ou preparações, como massas, tortas doces e salgadas, suflês, empanados e por aí vai, nem que seja só para dar uma corzinha na tampa do empadão.
E aí surge aquele papo da escolha do ovo: grande ou pequeno, casca branca ou amarelada, gema amarela, laranja ou vermelha, será que essas coisas indicam diferenças na composição do ovo?
Pois bem, vamos falar um pouco sobre isso. Começando pela cor da casca. A cor não fornece nenhuma informação sobre a composição do ovo. Os ovos de casca branca são de galinhas menores que comem menos e os ovos de casca amarela são de galinhas maiores que comem mais.
A composição do ovo varia de acordo com a alimentação da galinha. Um ovo nos fornece aproximadamente 6g de proteínas e 6g de lipídeos, além de vitaminas e outros componentes.
Ovo de galinha de granja tem a gema mais clara. Sabemos que as galinhas são confinadas e alimentadas com rações e os ovos são removidos imediatamente assim que são postos. Esses ovos são sempre estéreis. É aí que entra aquele comentário sobre o ovo galado. Dizem que o ovo galado é mais “forte”, porque indica que a galinha está saudável e fértil e que estaria pronto para nutrir o pintinho.
Aí aparecem aqueles que dizem que estão usando muito hormônio nas aves. Acredito que essa prática deve ser proibida, além da dificuldade e custo para estar injetando hormônios de ave em ave.
Segundo o professor de Nutrição Animal da Universidade Federal de Goiás (UFG) José Henrique Stringhini: “Não existe hormônio na ração de frango. É um verdadeiro mito”, citado em matéria publicada na revista Safra (www.revistasafra.com.br) .
De qualquer forma existem os ovos caipiras para os que preferirem. Nesse caso, a galinha é criada solta, alimenta-se de milho e cereais.
E afinal, a composição é diferente? Pouca coisa, a quantidade protéica é a mesma. Os ovos caipiras tem mais retinol e carotenóides, que são precursores da vitamina A, e que proporciona a coloração avermelhada na gema.
Segundo o Ministério da Agricultura, existem 3 tipos de ovos:
Ovos de granja: podem ser enriquecidos ou vitaminados. Nessa categoria entrariam os “ovos PUFA” , enriquecidos com ômega 3 e/ou vitamina E adicionados à ração. Eu particularmente não acho vantagem, pois quantos ovos precisaríamos para obter uma quantidade razoável de ômega 3? Acabaríamos abusando de outros componentes.
Aqui se enquadram também os “ovos light”, imaginem a galinha passando por dietas especiais e radicais, isso compromete a composição final do ovo.
Ovo caipiras : já comentados acima.
Ovos Orgânicos: obtidos de aves alimentadas com alimentos produzidos sem agrotóxicos e fertilizantes químicos, sem confinamento, alimentados com ração apenas de origem não transgênicas e certificados por alguma entidade que segue os parâmetros estipulados pelos órgãos de saúde e agricultura. São permitidos apenas corantes naturais como urucum e páprica.
Para uma boa escolha o que podemos fazer é verificar sempre na embalagem se existe declaração de registro em órgão competente, carimbo de Inspeção Federal, data e outros dados como denominações de peso (“extra”, “grande”, etc.) ou mesmo forma de criação dos animais.
Como deu para perceber, as diferenças são mínimas. No final das contas, vamos continuar usando os ovos em nossas preparações. Basta não exagerar e tomar os devidos cuidados de higiene.
Até a próxima!
Maria Alice Maciel Nutricionista
Prezados,
acho um tanto superficial dizer que as diferenças entre os ovos de granja e os avos caipiras (e mais ainda se falarmos dos orgânicos) são mínimas. Acho que a melhor forma que o consumidor final tem de avaliar é visitando o produtores de ovos: tanto um aviário de granja, como um produtor orgânico. As diferenças são gigantes! Começando pelas diferenças entre as condições das galinhas poedeiras em cada local. As galinhas de granja nunca descansam, vivem amontoadas e presas, têm seus bicos cortados para não se mutilarem, têm seus órgãos atrofiados, por não movimentarem-se. Agora, o quão saudável deverá ser um ovo gerado por uma galinha nestas condições? O processo é mesmo para qualquer ser vivo, nada além de uma fêmea gerando um ovo para possível fertilização. Eu moro em um sítio, tenho galinheiro e sei que de noite minhas galinhas precisam dormir, assim como a vaca e eu. Também sei que em determinadas épocas do ano, as galinhas diminuem a postura dos ovos, pois existe uma sabedoria intrínseca do organismo que sinaliza um ritmo ideal, assim como o leite da vaca, as cenouras na horta e o meu próprio corpo.
Desta forma, creio que sim, existem muitas diferenças entre os avos caipiras e ovos de granja e acho que a forma mais honesta gerar esta reflexão e convidar o consumidor a visitar os produtores e ver com seus próprios olhos as diferenças. Eu já visitei e foram justamente estas visitas aos produtores convencionais que me fizeram sair da cidade, revendo a cadeia alimentar onde estou inserida. Fica como sugestão para o site OBAGASTRONOMIA um novo post, mas não com uma resposta pronta e sim com a possibilidade de gerar a reflexão, de forma honesta.
Espero ter contribuído.
Abraço
Olá, Paula
Muito obrigado por sua participação no OBA Gastronomia.
Em respeito ao seu comentário, respeito sua posição, porém o que a matéria se ateve foi na Composição Nutricional entre os diferentes ovos. Esta composição é baseada em estudos científicos, onde observamos que a diferença entres estes é realmente mínima.
Na matéria não é discutida a maneira como as galinhas são criadas. Não existe comprovação científica que isto influencie na Composição Nutricional dos ovos.
Um exemplo: o leite materno de uma pessoa subnutrida, residente em ambiente inóspito, tem a mesma composição de uma mulher saudável.
As diferenças de ambientes em cada situação em que as galinhas convivem foi citada na matéria, assim como a classificação dada pela ANVISA aos ovos. Inclusive, alertando o consumidor a buscar esta informação na embalagem.
Muito obrigado e um abraço.
Esteja sempre à vontade para qualquer comentário.
o hormônio the galinha de granja é colocada em sua ração e não é pouco hormônio não!
o hormônio the galinha de granja é colocada em sua ração e não é pouco hormônio não!
sou veterinario e gostei muito do comentario sobre diferenças nutricionais do ovo, pois como profisional veterinario a unica diferença está mesmo na coloraçao da gema. Pois se tratarmos a galinha de granja com o mesmo trato da galinha caipira, teremos a mesma cor da gema,mas, porem a galinha de granja veio para melhorar a genetica assim sendo melhorando o manejo dos animais,resumindo é mais facil manter uma granja do que manter um galinheiro.
Parabéns, Paula (acima) pela genuína colaboração e por ter conseguido se expressar de forma tão amena, educada e completa. Eu, infelizmente, já não tenho tido esta paciência. Mas como me é facultado, me furto o direito de, sem ofender ninguém, constatar o quanto pessoas que estudam 4 ou 5 anos, focadas exclusivamente em um assunto e por um único ponto de vista, conseguem ser tão obtusas a ponto de fazer afirmativas absolutas sobre algo que ainda nem sequer arranharam com seus conhecimentos. Imaginem se só existisse aquilo que já sabemos? Não se ofendam senhora nutricionista e senhor veterinário acima. Mantenho e reforço a posição da Paula, em detrimento à seu texto e seus comentários sobre a intervenção desta senhora: Nutrição não se resume a composição química (conhecida) de algo que ingerimos. É perigoso, sim, afirmar que ovos de galinhas criadas soltas e alimentando-se naturalmente são praticamente iguais aos destes outros infelizes.
É claro que existe diferença entre ovo caipira e ovo de granja. A começar pelo sabor acentuado, pelo valor alimentício e pelas vantagens para a saúde, por estar ingerindo um ovo cujas galinhas não são alimentadas com ração com hormônios.
Quem afirma um disparate desses, nunca deve ter comido um ovo caipira na vida. Eu fui criada comendo ovos do galinheiro da minha casa e sei discenir a diferença, com conhecimento de causa.
Analisar um alimento baseado em frios níveis nutricionais, é muito amadorismo e a prova de que precisam visitar uma chácara onde criem galinhas caipiras, comendo minhocas, verduras e milho orgânico.
A matéria se baseou em estudos científicos.
com faço para comprar ovos para revender direto da granja
eu quero comprar ovos direto da granja para revender , poderia me orientar por favor aguardo resposta mais breve possivel.obrigado
Iraci,
O melhor a fazer é pesquisar em sua região uma granja que esteja com tudo regularizado. Com certeza irá encontrar.
Obrigado pela participação.
Realmente não há hormônios no processo produtivo (sim, é um produto) das aves em geral. Inclusive é proibido no Brasil o uso de qualquer hormônio em aves.
Entretanto, o que ocorre é o uso de anti-bióticos que acabam por acelerar o crescimento das aves em questão ao controlar sua flora no trato digestivo.
Infelizmente grandes centros urbanos não podem depender da produção ‘orgânica’ ou livre. Somos literalmente MILHÕES de seres humanos e precisamos de alimento. Não adianta culpar as galinhas ou os produtores. Se há demanda, haverá produção.
Eu pago no supermercado, em junho/2016, R$10,80, a dúzia de ovos caipira. O de granja, 4,80 que uso só para pães e bolos. Estaria eu, jogando dinheiro fora?
Noto que as gemas do caipira, são de um laranja forte. O de granja, de uma palidez doentia. Oh, dúvida! bom, só conto com a minha intuição; de criança só comia ovos, frutas e legumes, do quintal da minha avó. Abraços.
Amigos ,, Não sou da área , sou das exatas ,mas sou pesquisador. de fato a ciência é talvez a busca da verdade mas está longe dela , Quando eu era criança comer ovo fazia bem e era considerado um alimento para quem quer ficar saudável , Quando eu tinha meus 15 anos, veio um tirano, que passou a vida estudando ovo, revelou em seus estudos científicos que ovo fazia mal , colesterol puro e quem comer mais de um ovo por dia estaria condenado a morrer com o sangue cheio de gorduras .. Hoje cientistas , que tambem estudaram ovo a vida toda , desmistificaram isso…. em Resumo , Diferente da ciências exatas , onde a matemática e a lógica são ferramentas que provam realmente uma ” verdade” mesmo que pontual, nessas áreas de saúde eu suponho que a quantidade de variáveis envolvida e tanta, mas tanta , que não tem como a mostrar nada nem perto da verdades , toda pesquisa é tendenciosa ao que o pesquisador acredita , sabe-se lá o que uma galinha estressada de granja pode gerar nos ovos que põe …. digo isso porque faço ciência , primeiro a gente acredita depois tenta provar , e ai certamente terá outros cientistas com posições contrárias ….., para piorar a situação ainda existe uma entidade chamada mercado , que grandes produtores de ovos podem simplesmente contratar pesquisas dirigidas para apoiar mercado , .e não estou dizendo que é o caso aqui , mas que sabemos que isso acontece ,
Parabéns pelo seu comentário, demonstra uma sabedoria que infelizmente falta aos nossos “profissionais nutricionistas” que julgam-se muito capazes de nos indicar o que devemos e o que não devemos comer, e na maioria das vezes, através de análises bastante superficiais. O bom senso e a lógica de que um animal doente vai produzir necessariamente um alimento doente, deveria ser objeto de indagação e curiosidade dos “especialistas”, mas não é, infelizmente. Até porque essa é uma verdade “inconveniente” de ser investigada no atual sistema mercantil da indústria de alimentos.
E sinto vontade de rir toda vez que ouço a frase: “não existe comprovação científica…”. Como se a pessoa tivesse estudado todos os estudos existentes no planeta Terra sobre o tema a discussão estivesse encerrada. Ao digitar “fertilized chicken egg” no google acadêmico, o site retorna 51900 resultados. Então assim…se algo vai contra o nosso bom senso e a nossa intuição, nós mesmos podemos ir atrás da informação, não é necessário acreditar em ninguém.