A centenária Peterlongo, de Garibaldi, na Serra Gaúcha, se prepara para lançar seu novo tour com uma coleção de objetos da comunidade e acervo próprio.
Contar histórias sobre o vinho não é problema para a Vinícola Peterlongo, memória viva da vitivinicultura brasileira. Centenária, elaborou o primeiro espumante no país em 1913 e, a partir daí, deu início a trajetória da bebida no Brasil. Única a manter de pé seu patrimônio arquitetônico original do início do século passado, ostenta um emblemático Castelo nos padrões da região de Champagne (França), um túnel e uma cave subterrânea em pedras basálticas. Junto a tudo isso, a empresa, que passa por uma grande transformação, abrirá suas portas no dia 4 de outubro diferente. Um novo tour chega para incrementar o enoturismo. E o grande destaque do passeio é um memorial com objetos raros da vinícola e da comunidade.
“Escolhemos o mês da Fenachamp, a Festa Nacional do Espumante, para lançar o novo tour enoturístico da Peterlongo. A partir do dia 4 de outubro, nossos visitantes vão mergulhar no mundo do vinho, especialmente do espumante, num passeio revitalizado, que expõem o acervo da Peterlongo e peças doadas ou cedidas por pessoas da comunidade regional”, destaca Luiz Carlos Sella, sócio-diretor da Vinícola Peterlongo. As obras seguem em ritmo acelerado e com todo cuidado para preservar cada canto da empresa que reserva curiosas histórias desta trajetória precursora.
A visita terá início em uma sala de 600 metros quadrados. Nela, dividirão espaço pipas de madeira de 10 mil litros e objetos de vinificação utilizados pela vinícola no início de suas atividades, além de garrafas e rótulos antigos que montam uma linha do tempo. Painéis exibirão imagens antigas e informações relevantes na construção da história da Peterlongo e do vinho brasileiro. Um Ford 29, de propriedade do ex-presidente da Fenachamp e da CIC de Garibaldi, Pedro Carrer, é uma das peças confirmadas para habitar o museu e que já está nas dependências da vinícola.
Ao final do museu, uma escada conduzirá o visitante ao espaço de tanques de aço inox, seguindo para a sala de guarda onde os vinhos amadurecem em bordalesas de carvalho francês. Avançando, o turista acompanha o processo de guarda em uma cave onde o vinho já engarrafado repousa até chegar à mesa do consumidor. Antes de chegar ao varejo, ainda tem a passagem pela primeira cave subterrânea do Brasil, que reserva mistérios e a nostalgia de uma época de pioneirismo na elaboração do espumante. Ao fundo, um túnel histórico, que segue a direção do vento Minuano, criando, naturalmente, um ambiente com umidade, luz e temperatura ideais para a elaboração do produto.
A Peterlongo traz na bagagem feitos como o de ser a primeira vinícola brasileira a empregar mão de obra feminina, a Peterlongo também foi a primeira empresa da região a pagar salário mínimo aos seus operários na década de 1930, com a instauração das leis trabalhistas. Essas e outras curiosidades estarão presentes no trajeto percorrido pelo visitante.
Comunidade pode participar com peças
Enquanto as obras de revitalização do novo passeio seguem, a Peterlongo coloca em prática uma campanha para arrecadar peças históricas para o museu. Podem ser objetos datados entre 1915 e 1950, que tenham relação com o mundo do vinho. As pessoas podem doar ou ceder objetos raros, seguindo o exemplo de Carrer, que não tem data limite para estacionar seu Ford 29 em outro lugar. Todo acervo será identificado com o crédito de cada proprietário. Informações pelo sac@peterlongo.com.br ou pelo (54) 3462.1355.