Tetas.
Fal rural…. (lindo como sempre).
Fui para a fazenda do Bento dar aulas no curso de reciclagem de professores. Fiquei hospedada na casa deles, na fazenda, uma casa espetacular de mais de 200 anos.
Acordei com sete pessoas diferentes me dando bom dia ao longo do caminho pro banheiro. As pessoas dizem “bom dia” e você responde “bom dia!”. É assim que funciona.
Tomei café da manhã com pão com manteiga, vocês lembram de manteiga? Manteiga, aquele negócio feito com leite, diferente de margarina diet, que é feita com plástico. Tomei café numa cozinha tão grande, que cabe uma mesa de 18 lugares, tudo de madeira, não se fala em fórmica, eles nem sabem o que é isso.
Café coado num saco de pano, sabem como é, ele fica dependurado numa armação e coa o café. E você sente o gosto do café. Café. Café. O leite vem duns baldes grandes de metal, e sabe donde saiu o leite que eu tomei? Não? Da teta da vaca.
Oh, yes. Não saiu da caixinha não, foi da teta da vaca. Não foi pasteurizado. Deve ter uns cocozinhos boiando lá. Não foi desnatado? Não, não foi. A vaca botou pra fora, eu fui lá e pimba. Tomei. Meu único intermediário foi o Toinho, o tirador oficial de leite de vaca. Daí eu comi pão. Pão. “Ah, pão também tem aqui”, vão dizer vocês, fazendo boca de babado. Pão, senhores, pão feito com banha. “Ui, que nojo!”. Ah sim, banha do porquinho. O porquinho, esse bravo, que se sacrificou por nós. E farinha beneficiada no vizinho. E as
mãos gorduchas da dona Cinira, a cozinheira da fazenda. Meu pão não nasceu do saquinho. Nem da padaria com luz fluorescente. Meu pão nasceu aqui.
Nessa mesma mesa onde eu comi o bichinho. Recheado com presunto feito no vizinho. E com um queijo, um queijo que só pode ser descrito com um sinal divino de que dona Cinira foi uma das escolhidas. Parem de procurar o Messias, ele está aqui e ela é uma.
Enfim.
As aulas? Razoáveis. Dar aulas da manhã é um jeito eficiente de passar o tempo até a hora do almoço.
Eurico, meu companheiro, moreno e gorducho, sentado no meu colo, concorda. Ele não foi à aula hoje, pra comemorar que eu voltei.
Ai Fal, que delícia! quero morar neste lugar!
Felizes são as pessoas que vivem exatamente como gostariam de viver. ..
Já quis ser a Gisele Bundchen em sua vida glamur, a Madonna na sua vida de popstar, mas agora gostaria de ser uma dessas mulheres que acordam bem cedo para alimentar as galinhas e os porquinhos.
Ai que eu tava com saudade do Eurico!
beijos!
Ila, EU TAMBEM!!!!
Sui, Eurico tá um homem, gigante, lindo, lindo, lindo.
Adorei, tou a ver a cena toda e o jeito como tu contas é mt delicioso, meu!
Bjs
Fal querida, saí do seu blog – onde adorei saber da peça! – e vim para cá, já com recomendação do Bruno, o marido. Acabei lendo o texto também pro filho, de 14 anos, que sempre que eu digo que é texto da Fal para tudo e se recosta para ouvir. Rimos juntos e dividimos com você a mesa da fazenda, sentindo o cheiro do café e do pão. Pois é Fal, agora a família inteira é sua fã, fazer o quê…
Saudades da Cinira, do Eurico, dos bolinhos de chuva. Gostava muito quando você escrevia sobre eles.
Isa, qd eles vierem a SP a gente combina um café? Vc vai gostar deles. TEREZA!!! Era bom dar aula lá. Faz tanto tempo. Ô Ana, que coisa gentil, sua linda. Beijos nos meninos.