Minha querida Falzinha, sempre emocionante!
Depois de um tempinho, Fal Azevedo volta ao OBA. E sempre com coisas lindas!
Mãe é mãe, paca é paca
Tem um ditado que diz “Mãe só tem uma… porque duas ninguém aguenta”.
Parece maldade, mas pode ser o caso.
Além disso, se o pai da psicanálise já disse que um charuto pode ser só um charuto, nem sempre o dia das mães é só o dia das mães.
Pode ser uma oportunidade para rever aqueles primos há muito esquecidos. Aqueles primos maldosos há muito esquecidos. Aquelas tias com olhos de raio X, que sabem exatamente, como, quanto e onde você engordou. Aquele contraparente com mau hálito. Aquele tio-da-mão-boba. As crianças, adoráveis criancinhas, que tocam o maior terror pela sua casa como se no zoológico estivessem _ do lado de lá das grades, por supuesto.
Conforme o circo de horrores vai desfilando pela sua sala, você se dá conta que ainda não trocou nem meia dúzia de palavras inteligíveis com sua mãe. Se dá conta que não tem o menor prazer com aquela situação toda. E se dá conta que o desgraçadinho do filho da prima Almeirinha, de Araçatuba, está limpando as mãos sujas de molho de tomate no seu sofá recém-estofado.
Ano após ano, você acaba de perceber, o segundo domingo de maio é, para você, fonte de nervoso, de frustração, de raiva e de pilhas de louça suja.
E eu lhe pergunto: para quê? Sério. Em nome do quê, de que tipo de relacionamento, você passa por isso?
Porra, você é um adulto. E eu suponho que sua mamãe também. Deve existir uma forma de vocês estarem juntos, sem toda essa tensão, diabos.
Não sei se lhe contaram, mas Dia das Mães não é obrigatório. Você não vai para o inferno se não suportar encheções de saco variadas, juro por Deus.
Pense no seguinte: um lanche. Só vocês duas. A sua louça mais linda na mesa. Aquela toalha que você guarda para… para…. só Deus sabe que ocasião. O que, escandalizou? Não, não, volta aqui, beibe. Só vocês duas. Comendo um bolinho. Tomando um chá, um suco. Sem sua irmã fofoqueira em volta. Sem aquela prima malvada passando o dedo nos seus móveis pra ver se sua casa tem pó. Sem seu marido resmungão chateando (marido resmungão que, aliás, deverá estar, neste exato momento, levando a mamãe dele ao cinema, para também se livrar dos horrores domingueiros).
Vocês duas, uns álbuns de fotos velhas, algumas fotos novas, histórias, sentimentos compartilhados. Sem molho de tomate. Sem gritaria. Sem filho chato dos outros. Sem os seus filhos chatos. Vocês comem bolo, falam mal da prima de Araçatuba, choram umas pitangas, você dá um presentinho para ela (afinal de contas, tem umas convenções bem legais e ganhar presente é uma delas), vocês dizem que se amam…
Com a gigantesca vantagem de que isso pode ser feito no sábado! Eu nunca vou entender por que é que as pessoas fazem aqueles almoços gigantes no domingo. Domingo é dia de recolhimento, de dormir à tarde, de sonhar, afinal segunda-feira é preto na folhinha e a loucura recomeça, oras.
Pense bem nisso, querido leitor. Eu garanto que dá certo, que passada a primeira estranheza, vocês vão pensar por que não começaram com essa tradição antes.
Hum. Opa. Talvez não, né? Talvez, só talvez, aquela confusão toda, aquela barulheira, os parentes, a louça empilhada na pia, a confusão, estejam ali, estrategicamente dispostas para exatamente para evitar qualquer tipo de aproximação, de intimidade com sua mãe. Talvez, a tensão toda da festança, sirva para impedir que uma tensão mais dolorosa venha à tona. Hum. Outra coisa a se pensar.
Mas os bolos estão ótimos, isso eu garanto.
Bolo de mel da dona Cinira
Ingredientes
4 colheres (sopa) de manteiga
2 colheres (sopa) de mel
5 colheres (sopa) de farinha de trigo
5 colheres (sopa) de flocos de aveia
4 colheres (sopa) de coco ralado seco
4 colheres (sopa) de açúcar mascavo
6 colheres (sopa) de bicarbonato de sódio
½ xícara de água fervendo
Como faço
Primeiro, eu misturo o mel e a manteiga e reservo. Daí, eu misturo a farinha (peneirada, sempre!), o açúcar e a aveia e reservo também. Por último, dissolvo o bicarbonato na água e aí junto o mel, a manteiga e os ingredientes secos.
Depois de tudo misturado, eu faço bolinhas pequenas, metade de uma bola de ping pong, e boto tudo numa assadeira untada.
Forno nelas, 180ºC por mais ou menos 15 minutos.
Bolo de gengibre
Ingredientes
2 colheres (sopa) bem caprichadas de manteiga sem sal
2 e 1/2 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de água fervendo
2 colheres (chá) de bicarbonato de sódio
2 colheres (chá) de gengibre em pó
1/2 colher (chá) de noz-moscada ralada
1/4 colher (chá) de cravos-da-índia em pó
1/2 colher (chá) de sal
2 colheres (chá) de fermento em pó
1 xícara de açúcar mascavo
1 xícara de melado de cana
2 ovos levemente batidos
1 colher (sopa) de gengibre fresco ralado
açúcar de confeiteiro para polvilhar
Como faço
Dissolvo o bicarbonato na água fervendo e reservo.
Misturo a farinha (peneirada, por favor), a noz moscada, o gengibre em pó, o cravo em pó, o sal e o fermento. Reservo também.
Na batedeira, bato a manteiga, o açúcar mascavo, o melado de cana e o gengibre ralado e a mistura de água com bicarbonato. Depois, acrescento os ingredientes secos e os ovos.
Boto a massa na assadeira untada. Forno na bicha, uns 220 graus, por 30, 35 minutos. Depois, eu polvilho açúcar de confeiteiro.
Bolo crime da mala
Esse bolo tem que ser feito em duas receitas, porque o desgraçado tem cobertura e recheio.
Ingredientes
8 ovos
1 xícara (chá) de açúcar
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
1/2 colher (sopa) de fermento em pó
3 latas de leite condensado
5 medidas (da lata) de leite
2 vidros de leite de coco (400ml)
7 colheres (sopa) de maisena
3 pacotes de coco ralado
Como faço
Misturo a farinha de trigo (peneirada, peneirada, peneirada), o açúcar, o fermento e os ovos. Forno médio, 180, 200ºC, numa forma untada, certo?
Enquanto as duas receitas da massa assam, rezo pedindo que Deus perdoe essa minha falha de caráter e misturo as coisas do recheio e da cobertura.
Recheio, cubro e mando bala. Mas tem o seguinte: recomendei de você comer esse bolo com a mama, se ela não fizer o tipo sargento. Se a mama for do tipo “patrulha da dieta”, espera ela ir embora e aí você come. Sozinha.
*Foto de minha Flor de Maio. Pela paciência e obstinação, deveria se chamar Flor de Mãe!
Sempre maravilhosaa!! Estou contentíssima com a sua volta!
Um grande abraço!
Tel, vc é a mais fofa e querida.
Você tem razão Fal, quanto a chatice de comemorações obrigatorias…quase sempre inevitaveis! Não nos abandone de novo…
Amo tudo que você escreve!
Odeio o dia das mães. Não pelos meus filhos que são umas gracinhas, particularmente nesse dia.Esse ano por exemplo, Jujuba me pergunta se há brincos de 2,00 e eu repondo que sim , deve haver.E são bonitos ? Ah, isso não sei, respondo.Aí ele me pergunta se eu gostaria de ganhar um par de brincos de 2 reais porque era o dimdim que ele tinha em seu cofre.
Odeio o dia das mães porque não sei o que dizer para a minha mãe e não suporto tocá-la.É então um dia tenso e angustiante pra mim.
Não, Déa, juro, parei cá vagabundágim.
K, querida. Sabe né? Meu melhor abraço em vc, e eu ainda vou a BH te abraçar.
Ô Renata, que coisa doce, obrigada.
Que bom que você voltou, Fal! La em casa ninguém nunca teve muita paciência com essas festas gigantes de dia das mães, dia dos pais, etc. O seu jeito de comemorar é muuuuuuuuito melhor, é o nosso também. Como eu passo quase todas as festas longe da minha familia, faço dia das mães, dos pais, aniversarios, etc., tudo fora de época, e so com quem eu amo de verdade.
Bisous !