A crônica de hoje nasceu num cantinho charmoso e tranquilo de Antonina. Saindo do fim de semana, a cidade só vê mesmo seus moradores. Mesmo que o Natal se aproxime, tudo aqui é calmo, tranquilo. Pelo menos, atė o grito de Carnaval.
Algumas coisas são muito reconfortantes, o jeito pacato da cidade, as conversas iniciadas na janela, que acabam por nos convidar para entrar. Outras são irritantes, como as pessoas que insistem em reclamar desse lugar. Conheço gente que faria tudo pra viver num lugar como esse. Eu mesma, morri de saudade tantas vezes. A cidade, erguida sobre história e histórias, olha pro mar, como quem deseja que o horizonte sopre de volta os talentos que partiram. Tenho que admitir que às vezes não é fácil viver aqui, se não se deseja uma vida simples, leve e descomplicada. E todo mundo deseja uma vida assim, até que descobre que não existe máquina, programa ou aplicativo que ajude a descomplicar a vida de todo dia.
O que descomplica a vida é, na verdade, gostar desse trabalho de desatadora de nós. Assim como o que descomplica a cozinha é gostar de cozinhar. Daqui uma semana acabam nossas crônicas diárias e com elas descobri que escrever ė descomplicar.