O ano é 1954, Corações enamorados, o véio Sinatra – casado com dona Doris Day – tá mais pra lá do que pra cá num hospital e o que faz a esposa dele? Isso mesmo, mete um cigarrão acesso no bico de Frank. Qualé o único comentário possível, amigos, depois duma cena dessas? Bons tempos. Que filmão. (O fim do filme é feliz, amores, porque, né, Deus não colocou ms. Day nesse mundo pra me fazer sofrer: casa no subúrbio, bebezinho fofo, Frank ao piano, Doris no dueto, árvores floridas, young at heart)
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Faço chá de erva-cidreira e espero que fique tudo bem
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A pessoa acha que está dando uma indireta, mas não, está só sendo grossa.
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A gente come queijo, a gente come biscoitinho de nata, a gente bota o lixo reciclado na calçada toda segunda-feira, a gente monta e desmonta o varal, a gente lambreca o cabelo de creme rinse, a gente rói unha, a gente vê reprise de CSI Miami, a gente compra detergente, a vida vai passando.
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Bolo de maçã integral sem glúten, sem açúcar, sem ovo, sem manteiga e, olha, que merda. E antes que você me diga “é que não fizeram direito”, eu digo: não seja arrogante.
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Ensopado de coelho. Sublima o coelho, foca no ensopado.
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Depois de um longo e tenebroso inverno, fiz bolo. Sim, a receita da Telinha. Fiz um na segunda-feira, outro na quinta-feira e outro hoje, porque foi uma semana cheia de visitas. Ficou uma loucura. Voltei, mundão.
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Existem, saibam os senhores e as senhoras, potes de dois quilos de marshmallow à venda por aí, às claras, à vista das criancinhas e das famílias de bem. Esse país está um desmando.
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Nada como um idiota feliz, entocadinho em sua bolha, gastando uma fortuna em sais de banho e fumo de cachimbo e mugindo “Ah, não está tão ruiiiiiiiim assiiiiiiiiim…”.
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Existe chá de menta, existe chá de erva-cidreira e existe chá de menta com erva-cidreira, provando que a vida pode ser maravilhosa.
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O preço da manteiga. Expliquem, por favor. O que justifica que um tablete de 200g custe quase nove reais?
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Olha, quando em dúvida, azeite tunisiano. Ganhei um vidro de migo que acaba de voltar de viagem e quero dizer que me converti a uma nova e redentora fé.
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Algodão doce cor-de-rosa. Sou uma pessoa fácil de fazer feliz.
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Cometo poesia ruim, singro pela madrugada, aprendo a pronúncia em inglês, como outro alfajor da Salete, descubro mais um texto antigo seu, demoro na página do filme, lembro-me do que não deveria, como outro alfajor da Salete, como outro alfajor da Salete. Interrompo o trabalho, uma lauda infernal, abro o arquivo da sua foto secreta, orgulhosa por ter uma foto sua que ninguém mais tem, como se isso o tornasse meu, como se isso me tornasse sua, como se isso importasse, ou significasse, ou adiantasse alguma coisa, como se isso fizesse rima ou sentido. Como se não fosse patético, não fosse doloroso, não fosse vão.

Carolina Figueiredo

Sócia do Oba Gastronomia desde que veio aqui procurar informações sobre um restaurante da cidade e virou amiga do Orlando Baumel. Sou mãe, webdesigner e divagante, amo boa música, bons pratos e uma boa risada.

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