Ta, eu sei, é o ano do porco, Dezembro vem chegando a galope e organização é uma coisa que eu desconheço. Tem dias que sou teimosa, e outros também. Minha mãe me irrita e do meu pai acho graça. Toda filha deve ser um pouco assim, pende pro lado do pai pra não esquecer sua porção bibelô, mas, defende a mãe com unhas e dentes porque no fundo a ancestralidade grita e nada é tão potente quanto unir vontades femininas.
Não é do amor, nem do afeto, é desses dias irritantes de esperas intermináveis, e pessoas difíceis nos rodeando, que, terminam com uma passadinha na casa eterna de todos nós que estou falando. Quando nada dá certo porque eu sou teimosa e desorganizada. Ah! Claro, eu esqueci, e pelo visto eles esqueceram também que sendo a mais silenciosa das criaturas prefiro os abraços aos conselhos.
Se pai e mãe soubessem o quanto abraços são “infinita mentes” (o corretor deu uma mãozinha aqui) melhores conselheiros que palavras…
O jeito metódico de a mãe organizar tudo antes de coar o café e do pai desorganizar. O cheiro cítrico da calda. Aquele momento que ele senta ao meu lado afasta a louça milimetricamente pensada para agradar, e conta o dia, a lua, o que se deve plantar Ela suspira, enquanto espera a água ferver, encosta o corpo na bancada derrama a calda e corta o bolo de laranja, olha orgulhosa, e logo entra na conversa. São sempre os mesmos movimentos, como uma dança de acolher Karoline. Um colo para filhas crescidas.
Se eu soubesse um jeito mais fácil de resolver tudo sem essa passadinha na casa eterna pra ganhar colo, abraço e bolo… Eu até sei…
Muito lindo seu texto! Muitos abraços pra vc❤
Saboroso!
“Um colo para filhas crescidas”. Com gosto de bolo de laranja. Lindo!
Obrigada, Roseane! Abraço pra você também! 🌹
🙏
É mesmo. Ela até reclama, mas quando oferece o bolo tem sempre jeito de colo.
Obrigada pelos comentários.