Vinhos – por Luis Felipe de Moraes

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Uvas do Chile

 

Quase todos os países, ou pelo menos suas regiões produtoras tem suas “uvas símbolo”. Por exemplo, quando falamos de vinhos tintos da Bourgogne, na França, lembramo-nos imediatamente da Pinot Noir, da Argentina temos a Malbec. Se falamos da Toscana, Itália, temos a Sangiovese, na Espanha a Tempranillo. E no Chile temos a aclamada Carmenèré. Hoje podemos dizer que provamos um característico vinho chileno quando provamos um Carmenèré.

Mas e as outras uvas? Podemos cometer o pecado de não degustar vinhos maravilhosos pelo fato de ser de uma uva que não é principal daquela região ou daquele país. Mas, todos os países produtores, principalmente os do novo mundo possuem vinhos que merecem atenção mesmo que não sejam elaborados pela sua principal estrela.

 

           O Chile hoje possui muito mais do que a boa Carmenèré. Temos alguns dos principais Cabernet Sauvignon do continente (e.g.: Don Melchor), com certeza os melhores Syrah (e.g.: Arboleda, Carabantés, Loma Larga) e vinhos assemblage que possuem alma profundamente Européia (e.g.: Seña, Alma Viva) e figuram entre os melhores do Mundo. Mas, mais do que isso o Chile está colhendo agora os frutos de várias experimentações de um passado recente com uvas de diversas nacionalidades. Um exemplo bem próximo é o fato de que a Malbec que, reina na vizinha Argentina, está timidamente aparecendo em alguns belos vinhos (e.g.: Chocalán Gran Reserva Malbec), mas com características bem particulares, lembrando mais a Malbec francesa de Cahors do que da Mendoza Argentina. Outra uva que começa a ganhar algum destaque é a Tempranillo originária da Rioja na região central da Espanha e muito bem adaptada na Argentina, também começa a exibir seu potencial no país gerando alguns vinhos muito equilibrados e com elegância marcante, tendo inclusive, bom potencial para envelhecimento em madeira (e.g.: Canepa Special Reserve Tempranillo).

 

            Agora, como o Chile não é um paraíso somente de vinhos tintos, seria uma injustiça não falar sobre os seus vinhos brancos. Se a Argentina tem os Chardonnays mais volumosos e suculentos da América do Sul, o Chile possui os mais requintados e frescos Sauvignon Blanc (e.g.:Nimbus Sauvignon Blanc, De Martino Reserva Sauvignon Blanc) Mas isso não descarta o fato de que encontramos Chardonnays com potência e longevidade únicas na América do Sul (e.g.: Laura Hartwig Reserva Chardonnay). Uma uva que está cada vez mais conquistando os Brasileiros também é cultivada no Chile: a Viognier, essa uva do sudeste da França (o famoso Condrieu do Rhône é Viognier) gera vinhos de uma coloração amarelo-dourado com aromas intensos de pêssegos e toques de mel e na boca uma sensação única de amanteigado com toques de baunilha, cremosidade única entre os brancos.

 

            O Chile também produz vinhos roses, mas calma, que isso é assunto para outro artigo. Por hora fica a dica de não deixar de provar vinhos de determinado país porque se ouviu dizer que tal uva era a melhor de lá. Estará com certeza perdendo oportunidades de provar excelentes vinhos além de expandir seu conhecimento no mundo dos brancos e tintos.

Pergunte ao Sommelier: sommelier.felipe@yahoo.com.br

Orlando Baumel

Chef de Cozinha, músico e sócio do site junto com a Carol. Casado, pai de 3 lindas garotas.

Este post tem 0 comentários

  1. ademir santos

    Bom dia
    Gostaria de saber nos vinhos chilenos o branco e a uva Sauvignon Blanc e a melhor? Ou tem outra, no vinho tinto e a Carmenèré certo.

    grato

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