Vinhos – por Luis Felipe de Moraes

 

A Arte da Degustação!

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Hoje vamos falar da maneira correta de degustar um vinho.

 A degustação tem que ser conduzida de maneira correta se queremos aproveitar ao máximo o que um vinho pode oferecer e poder avaliar se o vinho possui ou não qualidade. Existem para isso uma série de pontos a observar e analisar para termos uma correta interpretação do vinho que está dentro de nossas taças. E vamos, para facilitar, dividir esses pontos em um passo a passo.

                                                                                   NA TAÇA

 Todo vinho vai ter uma cor própria que sempre estará em evolução com o tempo. Por exemplo: Um Cabernet Sauvignon jovem terá uma coloração Rubi com nuances violetas que com o tempo se tornará apenas Rubi e conforme envelhecer ficara granada, até perder o tem avermelhado e ficar âmbar, quando está morto! E essa seqüência de cores se dará em quase todos os vinhos tintos. O que muda é o tempo de duração de cada etapa que vai variar de vinho para vinho. Um Pinot Noir tem uma coloração com tons de cereja e raramente é uma coloração intensa. Mas esse conhecimento vamos adquirir com o tempo conforme provamos os vinhos pela estrada.

 A evolução da cor é o principal elemento para analisarmos a idade do vinho. Se o vinho está com tons violetas bem presentes o vinho provavelmente é jovem se está quase âmbar provavelmente está morto. Nota importante: Alguns vinhos podem mesmo depois de décadas apresentar coloração de vinhos jovens.

 A transparência e o brilho indicam a presença de partículas em suspensão, ou seja, se o vinho está sujo. Por mais que um vinho possua resíduos naturais na garrafa, ele tem que ser servido de uma maneira que esses resíduos não atrapalhem a degustação. Ou seja, quando um Sommelier passa o vinho para um decanter, um dos motivos pode ser a eliminação desses resíduos, deixando-os no fundo da garrafa e passando apenas o vinho limpo para o decanter.

 

                                                                                                LÁGRIMAS

O que são as lágrimas? Quando girar o vinho dentro da taça observe as paredes da mesma. Verá que algumas “gotas” escorregarão pelo cristal. Essas são as lágrimas. E o que elas dizem? Dizem que quanto mais grossas e lentas mais alcoólico o vinho é e quanto menores e rápidas, menor a sua untuosidade.

                                                                                                 NO NARIZ

 Observe em um restaurante. Quando o Sommelier acaba de colocar o vinho na taça do cliente, qual a primeira coisa que ele faz? Leva a taça ao nariz! Mas porque?

 Porque uma das grandes capacidades dos vinhos é a de gerar uma gama muito grande de aromas e nos melhores, além disso esse aromas se modificam com o tempo. Um vinho com muito aromas é um vinho bem elaborado. Provavelmente se você passou bastante tempo procurando por aromas conhecidos no seu vinho e não encontrou nada é porque o vinho é ruim. Isso mesmo. Vinho com aromas pobres são pobres. Os grandes vinhos podem te surpreender por bastante tempo.

Vinhos jovens geralmente possuem aromas florais (flores brancas para os brancos e coloridas para os tintos) e frutados. Nos vinhos maduros eles podem incluir uma gama de aromas que vão de tostados, terrosos, de couro, minerais, resinosos, químicos entre outros tantos.

 Com o tempo percebe-se que cada uva possui seus aromas característicos que deveriam aparecer em todos os vinhos elaborados com aquela uva. Por exemplo a Malbec tem aromas de frutas vermelhas, couro e chocolate. A Cabernet Sauvingnon tem aromas de frutas vermelhas, um toque de pimentão verde e mentolado.

                                                                                                      NA BOCA

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Depois de olhar e cheirar, chega a hora de bebe-lo. O vinho na boca, se bem conduzido pode levar a inúmeras sensações. Quando colocamos o vinho em nossa boca, não devemos engoli-lo diretamente. Devemos colocar o vinho na boca e faze-lo “passear” por ela com calma. Passe-o pela boca toda, gengivas, toda a língua, bochechas e somente depois engula-o.

 As sensações causadas nos permitem verificar alguns pontos importantes.

 Aquela sensação de que acabamos de comer uma banana verde, que “amarra” a boca é causada pelos taninos do vinho, que existem apenas nos tintos, e que fazem parte de sua estrutura. Quando temos um vinho que amarga a boca, quer dizer que os taninos estão verdes, ou que os taninos são deselegantes. Quando mais adstringência tiver o vinho, mais tânico ele é.

 A sensação de que estamos tomando limonada, é aquela que dá uma “pegada” no fundo da língua. Isso é causada nos vinhos pela acidez presente. Quanto mais essa sensação aparecer mais acido tem o vinho. Normalmente os brancos são mais ácidos.

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E por último, por mais que o vinho esteja servido na temperatura correta, ele pode causar uma leve sensação de aquecimento na boca. Isso é causado pelo álcool. Quanto mais aquecida foi sua boca, mais alcoólico é o vinho.

Agora, esses três itens: álcool, taninos e acidez devem estar em equilíbrio para que o vinho seja bom. Como assim? Quando provamos um vinho, nem um desses três elementos pode se destacar demais. Todos tem que participar por igual. Se provamos um vinho onde os taninos se destacam demais, ele se torna desagradável. Outra coisa importante é que quanto mais desses três elementos o vinho possuir em equilíbrio mais longeva será sua vida. Alguns vinhos podem durar até mais de um século!

Bom pessoal, espero que possam aproveitar melhor seus vinhos daqui por diante.

 

Luis Felipe de Moraes

Sommelier.felipe@yahoo.com.br

(41) 9611-0380

 

Orlando Baumel

Chef de Cozinha, músico e sócio do site junto com a Carol. Casado, pai de 3 lindas garotas.

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