Château des Ducs de Bretagne.

Tereza Rattz novamente nos encanta com seu olhar sobre a França.

Uma cidade, seu castelo e muitas histórias para contar… E viver!

Você não precisa ter sangue azul nem sobrenome real para caminhar, namorar e jantar num castelo de verdade, e sentir-se como um príncipe ou princesa.

O Château des Ducs de Bretagne fica a dois quarteirões de minha casa, no bairro boêmio da cidade, o Bouffay. Eu garanto: você se sentirá muitíssimo especial lá. Melhor, aqui. Vamos?

Sua construção foi iniciada no século XI. Por vários séculos foi recebendo mais e mais modificações e ampliações até tornar-se/ser a fortaleza que é até hoje.

Foi neste château que nasceu Anne de Bretagne – que reinou no período de 1491 a 1514 e veio a ser a rainha mais amada de toda a França – responsável pelas maiores e mais importantes reformas na estrutura do castelo.

Nos séculos XVI e XVII, o castelo foi eleito como residência bretã dos reis da França. O que levou à cidade a estar entre as grandes capitais da província. Nesta época, Nantes (ou Naoned, em Bretão), fazia parte parte da Região da Bretanha, mas em 1955, a partir do Regime de Vichy, Nantes passou a integrar a Região de “Pays de La Loire” – mas o debate sobre ser bretã ou não ainda persiste até a atualidade.

A história de Nantes esta intrinsecamente ligada à história da França medieval. Há muitas histórias que mais parecem saídas de contos de fadas/realismo fantástico. Quem sabe por isso Júlio Verne tenha “escolhido” nascer aqui, de onde tirou tanta inspiração/imaginação para escrever as suas histórias maravilhosas, mundialmente conhecidas – mas este também é um outro capítulo.

Depois de abrigar, princesas, reis e rainhas; passar por um grande incêndio (em 1670) e uma reconstrução em estilo clássico durante o reinado de Luiz XIV, o Rei Sol, no Século 19, após ter servido até mesmo como quartel e prisão, o castelo passou a servir como depósito do arsenal.

Classificado como Monumento Histórico Francês desde 1862, o Château, Castelo dos Duques da Bretanha, passou a pertencer “no papel” a Nantes em 1915, e em 1924 foi criado em seu interior um maravilhoso museu de artes decorativas, que após a guerra, passou a abrigar também obras do museu de arte popular regional e do Museu de Salorges, pois em 8 de maio de 1943 o castelo foi oficialmente requisitado pela ocupação das tropas alemãs, para que construíssem um bunker em sua muralha e pudessem instalar uma central telefônica. – No museu do castelo há diversas peças deixadas pelos alemães. Tenho muito do museu em meu arquivo fotográfico pessoal. O que eu pude registrar está registrado e bem guardado.

Interessantissimo: o Rio Loire, o maior da França, passava exatamente em frente ao castelo. Foi aterrado para dar lugar às ruas e ao Tramway, espécie de bonde elétrico, que percorre toda a cidade e é o principal meio de transporte nantês.

No château, além do museu permanente, há um espaço (consideravelmente grande) para exposições sazonais. No momento há uma exposição que em Português diz algo como “da seda à bala de canhão”, sobre a cultura chinesa.

E como nem só de sonhos se vive num castelo, há também uma cafeteria, um restaurante (oui!) – em breve num post perto de você! – e uma livraria com tudo sobre a Bretanha, Nantes e o Château.

E se o seu programa for do tipo econômico, c’est pas grave! Você pode entrar e andar gratuitamente pelo château, fazer piquenique no lindo gramado ao seu redor, onde passa o rio, o fosso – com direito a ponte elevadiça e tudo –, assistir aos inúmeros concertos gratuitos que acontecem lá –  eu já assisti a uma ária de Don Giovanni, de Mozart e La traviata, de Giuseppe Verdi.

E para os casais que tiverem a oportunidade, o cenário é ideal para um book de casamento (detalhe para a foto tirada pela minha cunhada, Madeleine Vincent, que estava conosco numa de nossas muitas visitas) muitíssimo romântico, como será cada pensamento seu, uma vez dentro desta muralha, construída através dos anos, feita da mais pura história: a com H, a de verdade.

Uma informação beeeem particular: foi no Château des Ducs de Bretagne que eu e François fizemos o nosso primeiro álbum de fotos. Inesquecível!

Se quiser usar/ousar fazer o álbum com o seu amor, lá (aqui) também, fica a dica que eu assinando embaixo declaro: “funciona e fica para sempre. O referido é verdade e dou fé”.

Até a próxima!

Por enquanto que tal passear pelo site do Castelo? Ele esta disponível em Francês, Inglês e Espanhol http://www.chateau-nantes.fr/en/collections/news

E no Wikipédia: http://fr.wikipedia.org/wiki/Ch%C3%A2teau_des_ducs_de_Bretagne

Orlando Baumel

Chef de Cozinha, músico e sócio do site junto com a Carol. Casado, pai de 3 lindas garotas.

Este post tem 6 comentários

  1. Andrea

    Linda materia…maravilhoso cenario!!!

  2. anna le

    pai eu gostei dessa matéria da França!Eu queria ta la!!!!!!!!!!!!!!!

  3. Tereza Ratts de Ratis

    Anna – xarah da minha futura filha – prepare-se para sonhar de olhos abertos! Nantes é toda assim, como uma extensão do Castelo. Parece uma cidade de um conto de fadas.
    Uma curiosidade, a Universidade de Nantes, onde eu estava Francês, é mais velha que o Brasil! Imagine, so!
    Nantes existe desde o século V! Tem MUITA historia pra contar através de castelos, muralhas, museus…
    Obrigada pela atenção, obrigada pela visita e por receber suas palavras.
    Volte sempre e venha em breve!
    Super beijo!

  4. Freire Neto

    Riqueza, sensacional! Sou seu fã e amigo, que orgulho! Obrigado por tudo e por ser especial. Vc e o Fran. Adorei. E vamos contar histórias e desbravar a Europa. ÔI DE COBRA tá chegando!

  5. Tereza Ratts de Ratis

    Se quiserem ver mais fotos, eis um link de um album pessoal, cheinho de fotos: http://is.gd/GJCrQQ ENCANTADOR!

  6. Josi

    OI Teresa
    Parabéns pelo conteúdo, eu estive na Bretagne mas não visitei este castelo, conheci lendo sua matéria !
    Aproveito para convidar você e seus leitores para conhecer um tour gastronômico em Paris http://www.saboreandoparis.com

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