Se tem uma comida “de rua” que povoa minha mente desde as mais remotas lembranças é o Pastel. Era o “agrado” da minha mãe quando nós duas saíamos passear no centro. Era sempre a Pastelaria Oriental, na Voluntários da Pátria, centrão de Curitiba. Com uma garrafinha de Wimi bem gelada… Bons tempos e o mundo mudou bastante desde tudo isso.
Os passeios com a mãe ficaram mais raros e difíceis de acontecer, por muitas razões. A Pastelaria do coração mudou de endereço, fruto da especulação imobiliária e infelizmente o pastel, o gosto, o charme e todo um resto se perderam nesse processo… E a Wimi (refrigerante de laranja altamente regional), encontrar a dita garrafinha pra tomar é quase um hobby de colecionador, se é que ainda é possível…
Encontrar esse pastel da infância é algo que virou meio obsessão. Ah, mas porque você não faz em casa? A questão não é essa. O pastel de rua, aquele da feira, tem todo o seu charme especial, não tem? Tem algo que a gente não consegue reproduzir em casa nunca… Seja a poluição da cidade que altera o aroma, seja aquela gordura da fritura de muitos pastéis. Tem algo que não acontece em casa.
Em 2012 meu marido me levou para comer um pastel que ele dizia ser muito bom, que eu iria adorar. Fui junto e muito desacreditada. Ainda mais por ser pastel de feira (e eu tinha a sensação que já tinha experimentado todos eles)… E gente, quando eu comi eu voltei no tempo… era aquele gostinho de infância que eu queria reencontrar tanto!
Sequinho, finamente recheado e sim, com aquele recheio de palmito macio, sem aqueles palmitos duros e pré picados recém tirados dos vidros de conserva!
E sim, é pastel de feira!
Onde é esse milagre? Feirinha do Juvevê, que acontece todos os sábados na rua Alberto Bolinger. Você pode até me lembrar que Curitiba tem muitas outras feiras livres e que eu poderia ter encontrado isso em qualquer feira? Mas tem algo que acontece nessa feira que por vezes falta em outras: o ritual! As mesas são espalhadas em uma das esquinas, com uma generosa sombra de uma árvore e você senta, o pessoal passa na mesa pra te atender, você faz seu pedido, curte a feira acontecendo ali ao seu lado, o pastel chega quentinho e sequinho… E você aproveita a criançada curtindo seus primeiros passeios na feira, os casais de velhinhos naquele eterno compasso e de mãos dadas… a vida acontece ali do seu lado.
É o pastel do Yamashiro. Tem gente que reclama do atendimento, que acha ruim. Mas para uma feira cheia de pessoas, eu acho o atendimento eficiente, sem aquela coisa de “pra que mesa é esse pedido”, que acontece até em restaurantes bem “mais conceituados” que uma barraquinha de feira. Enfim, eu gosto.
Mas a feira é mais que isso também:
Quem sabe para você não seja o pastel, quem sabe seu gosto de infância seja o caldo de cana, pra outros pode ser que tomar o café pretinho no começo da manhã na feira, dê um novo ar pra sua vida. Seja lá o que for esse seu caminho para a infância, volte quando puder! Vai te fazer bem!
Bom fim de semana!
Não pude resistir, ao ler sua narrativa das memórias de infância, fui remetida imediatamente a minha…um pastel e uma sodinha (tbm refri regional) eram o agrado que minha mãe me fazia qdo saíamos juntas!Hoje só ficou a saudade desse e outros momentos maravilhosos!Um abraço!
tive a minha fase da sodinha também Cristina, mas daí era com o meu pai e comendo coxinha! hehehe
olá, você já encontrou a pastelaria oriental? Ela ainda existe, porem em outro endereço, não se come mais de pé ou nas poucas cadeirinhas brancas de rodar no balcão, mas o sabor do pastel continua o mesmo e sem duvidas é o melhor de curitiba.
Tenho esse mesmo sentimento ,saudade do pastel !
Mas hoje eu achei
Pastelaria Oriental
R. André de Barros ,esquina com Dr Muricy
Olá Claudia,
Mas o pastel deles já nem lembra mais os feitos no antigo endereço, caiu a qualidade tanto do recheio quanto da fritura, pra mim foi uma decepção.
Olá José,
Além de não ser o mesmo lugar, a qualidade do pastel caiu bastante… Pra mim foi uma decepção.
Olá Carolina, também tenho saudades da época de infância quando ia com minha mãe para o centro de Curitiba e fazíamos lanche na Pastelaria Oriental, e várias pessoas que conheço teve este momento de comer pastel da Oriental, minha mãe sempre comprava o Especial de carne. Mas discordo totalmente de você quando disse que a qualidade do pastel deles caiu, continua o mesmo sabor, massa sequinha e recheio na medida certa sem exageros! Esses pastéis de feira por aí , não digo todos, mas a maioria não chegam no sabor da Oriental!