É incrível como as pessoas simplesmente vão experimentando os produtos pelo simples fato de ser novidade ou por estar nas prateleiras do supermercado, por exemplo, hidrotônicos, isotônicos e energéticos. Se existe uma diferenciação nos nomes é porque realmente são produtos diferentes, com composições diferentes, com objetivos diferentes.

Isotonicos

Não menos interessante é o fato de que existem bebidas que não são nem isotônicos nem energéticos, mas são colocadas nas mesmas prateleiras nos supermercados. São apenas bebidas, não se encaixam como refrigerantes, nem como sucos nem como isotônicos. De qualquer forma, vamos tentar entender um pouco desses produtos.

Isotônicos, segundo a ANVISA, devem ter em sua composição sódio entre 460 e 1150 mg/l; carboidratos até 8% (sendo frutose até 3%); potássio até 700 mg/l; podem ter vitaminas e minerais (respeitando regulamento técnico) e não podem ter fibras, nem outros nutrientes ou componentes. O baixo teor de carboidratos é para se obter um rápido esvaziamento gástrico. O objetivo é repor perdas hidroeletrolíticas e evitar desidratação durante o esporte.

A sua osmolaridade é próxima a dos fluidos corporais (280 a 340 mOsm/l), portando abaixo de 330 mOsm/l, e por isso chamado de isotônico.

A forma de apresentação pode ser em pó ou líquido. O soro caseiro e a água de côco também são isotônicos. Existem também os hidrotônicos, que contém as mesmas substâncias que os isotônicos, porém com menos eletrólitos.

Já os energéticos tem ação estimulante, objetivando um aumento da resistência física e concentração, a fim de evitar a fadiga e exaustão. Como o próprio nome diz, possui uma carga maior de energia e os requisitos estipulados pela ANVISA são:  mínimo de 75% do Valor Energético Total de carboidratos; mínimo de 15 g de carboidratos por porção; podem ter vitaminas e minerais (conforme regulamento técnico) e podem conter lipídeos, proteínas intactas ou parcialmente hidrolisadas. Normalmente os energéticos, para atingir sua ação estimulante são compostos por taurina, cafeína, inositol, sacarose, frutose e ainda algumas vitaminas, além dos acidulantes, conservantes, corantes e aromatizantes.

E quando usar ou não cada um deles?

Os hidrotônicos podem ser utilizados para exercícios mais leves, de menos de 1 hora. Assim como a água, pode-se ingerir antes, durante e depois dos exercícios, evitando desidratação, dor de cabeça e câimbra

Os isotônicos podem ser ingeridos se a perda do peso corporal durante o exercício for maior que 2% (pesar antes e depois do exercício), para atividades mais prolongadas e de maior intensidade (mínimo mais de 1 hora).

Os energéticos só podem ser usados no caso de treinos e exercícios mais extenuantes e prolongados.

Alguns cuidados devem ser tomados, como por exemplo: o uso excessivo de energético pode aumentar a ansiedade, perturbação do sono e, como são calóricos, podem levar ao aumento de peso indesejado.

Várias Instituições como Academia Americana de Pediatria chamam a atenção para o uso indevido por crianças, podendo aumentar o risco de sobrepeso, erosão dental  e, no caso de energético, ingestão de substâncias estimulantes.

O uso dos energéticos em conjunto com bebidas alcoólicas, como é usual hoje em dia, também não é indicado, pois retarda a percepção dos efeitos do álcool. O consumo excessivo e contínuo pode levar ao alcoolismo.

Esses produtos não podem ser ingeridos por hipertensos e renais crônicos. Diabéticos e gestantes, apenas com orientação médica.

É isso por hoje, até a próxima.

Maria Alice Maciel       Nutricionista

Orlando Baumel

Chef de Cozinha, músico e sócio do site junto com a Carol. Casado, pai de 3 lindas garotas.

Este post tem 2 comentários

  1. Vivi

    É isso aí!! Bela matéria. Parabéns!

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